Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

2022 crava China como superpotência global e Xi, seu líder inconteste

O todo-poderoso, no entanto, tem de se adaptar a fatores que não domina, como a pandemia

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 10h57 - Publicado em 23 dez 2022, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Na dança dos poderosos chefões, a banda oriental do planeta, neste 2022 que se vai, cravou de vez como verdade, conveniente ou não, que a China é superpotência global e Xi Jinping, seu líder inconteste. A entronização, em simples cadeira de plástico no imenso Salão do Povo em Pequim, se deu no 20º Congresso do Partido Comunista da China (PCC), em outubro, quando o presidente Xi ganhou por quase unanimidade um inédito terceiro mandato — o que, somado aos dois que já cumpriu, lhe garante ao menos quinze anos seguidos de poder, façanha só superada pelo Grande Timoneiro Mao Tsé-tung. Com a bênção do novo Comitê Permanente do Politburo, órgão máximo do partido único agora formado integralmente por fiéis aliados escolhidos a dedo, o presidente chinês tem passe livre para formatar a China dos seus sonhos: ordeira, patriota e produtiva internamente, e hegemônica, influente e dominante no plano econômico externamente.

    Por mais que exerça férreo controle sobre o cotidiano dos cidadãos e disponha de ferramentas para moldar os rumos da indústria — hoje em dia o país é a fábrica do mundo — a seu bel prazer, Xi, o todo-poderoso, tem de se adaptar a fatores que não domina. Um é a pandemia que não vai embora (culpa, em parte, de vacinas de menor qualidade e mal distribuídas), gerando tamanha insatisfação que as maiores cidades chinesas se viram tomadas por protestos, raríssimos na China de Xi. O governo decidiu flexibilizar sua draconiana política sanitária, que incluía quarentena em cidades inteiras, mas a reabertura caótica fez disparar casos da doença e provocou tanto medo na população que quase ninguém sai de casa. Outro é a retração econômica, flagelo disseminado pelo globo. E, acima de todos eles, paira o clima hostil nas relações com os Estados Unidos, a superpotência concorrente que quer de todas as formas espremer o ímpeto do expansionismo do gigante oriental — entrando nessa conta a explosiva situação de Taiwan, ilha com governo independente que Pequim faz questão de enquadrar e que o governo de Joe Biden faz questão de defender e claramente apoiar.

    Depois de passar o ano às turras, Xi e Biden, conhecidos de longa data (tiveram vários encontros quando ambos eram vice-­presi­den­tes), finalmente estiveram juntos na reunião do G20 em Bali, na Indonésia, em novembro. Do aperto de mão em público, com sorrisos de parte a parte, e das três horas de reunião que se seguiram saíram promessas de cada qual continuar a se interpor aos propósitos do outro, mas de maneira civilizada e organizada, como convém a rivais que se respeitam. A intenção é evitar atritos mantendo contatos frequentes entre seus diplomatas. Até que a próxima batalha pela supremacia global os separe.

    Publicado em VEJA de 28 de dezembro de 2022, edição nº 2821

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.