O Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) concluiu que houve superfaturamento de 211 milhões de reais em valores atuais nas obras de reforma do estádio do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014. Os recursos foram desviados em serviços e produtos, revelou o programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo. O tribunal determinou a suspensão dos pagamentos às empreiteiras em outros contratos com o governo do Estado do Rio.
As investigações do TCE apontam 16 termos aditivos suspeitos e gastos em duplicidade. A reforma foi feita pelo Consórcio Maracanã, vencedor da licitação e formado pelas empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Delta Engenharia. O custo final da obra quase dobrou em relação ao orçamento original: foi elevado de 700 milhões de reais para 1,2 bilhão de reais.
Os documentos do TCE mostram que as irregularidades na reforma teriam começado no projeto básico. O tribunal considera o documento impreciso, “acarretando significativas modificações entre o projeto básico e o executivo”. Além disso, vários itens da planilha de custos foram alterados.
A reportagem da TV Globo diz ainda que o Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) entrou na última sexta-feira com uma ação civil pública para responsabilizar as empresas pela reforma e mais nove pessoas ligadas ao governo à época por improbidade administrativa. Foi pedido o bloqueio dos bens dos envolvidos e devolução de cerca de 200 milhões de reais pelas empresas do consórcio.
(Com Estadão Conteúdo)