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Rio 2016: MP francês apura corrupção em eleição de sede

Procuradores do Ministério Público Financeiro da França vão investigar suspeitas de compra de votos para eleição do Rio como sede olímpica

Por Da redação
8 Maio 2017, 13h11
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  • Procuradores do Ministério Público Financeiro da França chegaram a Brasília para investigar, em parceria com brasileiros, um esquema de compra de votos de membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) para a realização dos Jogos Olímpicos no Rio em 2016. O grupo suspeita que delegados da entidade tenham recebido propina para votar favoravelmente na disputa com Madri, Tóquio e Chicago, realizada em outubro de 2009, pelo direito de organizar os Jogos. Existe ainda a suspeita de pagamento ilegal para compra de votos de Tóquio 2020.

    Segundo as investigações, três dias antes da sessão do COI que definiria a cidade-sede dos Jogos de 2016, realizada em outubro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca, duas transferências que totalizaram 2 milhões de dólares (cerca de 6,3 milhões reais) foram realizadas pela Matlock Capital Group, empresa com sede em Miami, nos Estados Unidos, e de propriedade do empresário brasileiro Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, favorecendo membros da família de Lamine Diackentão presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf) e membro do COI. Segundo o MP Financeiro da França, o voto de Lamine Diack em favor do Rio seria crucial para obter a adesão de dirigentes africanos, que votam em bloco nas sessões do COI.

    A investigação do MP apura os vínculos entre Arthur Soares e Sérgio Cabral (já que na época, uma das empresas de Soares tinha contratos de prestação de serviços para o Governo do Rio) e a existência de um pacto de corrupção em torno dos Jogos de 2016, que envolveria as obras públicas com as quais o governo brasileiro se comprometeu junto ao COI. 

    Um dos focos de suspeita dos investigadores é a existência de ligações entre empreiteiras que se beneficiaram dos projetos de infraestrutura traçados para os Jogos Olímpicos e a suposta compra de votos. Mesmo depois de um primeiro desenho do Parque Olímpico ter sido fechado entre os técnicos do COI e do comitê organizador, a construtora Odebrecht pediu mudanças nas instalações.

    Em nota, a empresa não quis se manifestar. “A Odebrecht não se manifesta sobre eventuais investigações e reafirma que vem cooperando com autoridades brasileiras e estrangeiras. A empresa está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas.”

    (Com Estadão Conteúdo)

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