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Respeitosa despedida: nunca houve um tenista como Roger Federer

O último ato ocorreu durante a disputa da Laver Cup, em 23 de setembro, em Londres, cidade onde ele conquistou nada menos que oito troféus de Wimbledon

Por Luiz Felipe Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 10h56 - Publicado em 23 dez 2022, 06h00
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  • Seu último ato como atleta profissional foi a prova definitiva: nunca houve um tenista como Roger Federer. Não somente pela forma graciosa como deslizava pela quadra, como se nem fizesse força para jogar, ou pelos vinte títulos de Grand Slam conquistados e pelas 310 semanas como número 1 do mundo, mas também, e acima de tudo, pela admiração e pelo respeito que adquiriu de toda a comunidade do esporte. Aos 41 anos, atormentado por três temporadas repletas de lesões e cirurgias, a lenda suíça decidiu pendurar a raquete. A emocionante despedida ocorreu durante a disputa da Laver Cup, em 23 de setembro, em Londres, cidade onde Federer conquistou nada menos que oito troféus de Wimbledon.

    Em um derradeiro gesto de grandeza, Federer fez questão de dividir o momento com quem tinha tudo para ser o seu maior inimigo, ainda mais em uma modalidade afeita a egocentrismos e animosidades. Chamou Rafael Nadal, seu maior “carrasco” (foram dezesseis vitórias e 24 derrotas diante do espanhol), para ser seu parceiro de duplas. O convite foi aceito e assim, entre abraços, homenagens e lágrimas (muitas), chegou ao fim uma carreira brilhante e também uma das mais belas rivalidades das quadras.

    Não foi um ano fácil para os fãs de tênis. Em setembro, pouco antes do adeus de Roger Federer, o esporte se despediu de outra lenda, possivelmente a maior entre as mulheres. A americana Serena Williams encerrou sua fabulosa carreira aos 41 anos, no palco que por mais de duas décadas foi sua segunda casa, o Arthur Ashe Stadium, em Nova York, sede do US Open. Dona de 23 títulos de Grand Slam, Serena se tornou ícone global também pela forma como lidou com uma parcela da sociedade que insistia em diminuí-la — por ser negra e mulher, diga-­se. Foi muitas vezes comparada ao pugilista Muhammad Ali pelo talento e pela indignação contra injustiças. Se foi gigante nas quadras, seguirá sendo em outros campos, agora como empresária (tem patrimônio líquido estimado em 260 milhões de dólares). Após seu último ato nas quadras, Serena caiu no choro. Mas, em meio às lágrimas, sorriu também, certa de que seu nome estará sempre cravado na história.

    Publicado em VEJA de 28 de dezembro de 2022, edição nº 2821

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