O genial balé nas alturas
A vitória de Armand Duplantis, o "Dream Team" de uma pessoa só, era o resultado mais barbada dos Jogos. Mas ele fez questão de bater o recorde mundial.
Talvez fosse o prognóstico mais fácil de toda a Olimpíada de Paris – e não deu outra. O sueco Armand “Mondo” Duplantis venceu a prova do salto com vara ao ultrapassar a marca de 6m25, e novo recorde mundial. Antes, ele dizimara a marca olímpica do brasileiro Thiago Brás, de 2016, com 6m03. Duplantis parece disputar uma outra liga, onde o céu é realmente o limite. Duplantis, agora bicampeão olímpico, reinventa a modalidade. Ela impõe velocidade e força, em difícil lida com a vara a percorrer os 45 metros a caminho da caixa e do sarrafo. O campeão olímpico vai a 10.3 metros por segundo. Encaixa o bastão não na ponta final, mas a alguns centímetros antes e deixa que ele deslize. Depois, solta a vara antes do que costumam fazer os adversários. É como um balé. Parece tranquilo, mas não. Com o perdão pelo lugar comum, mas o céu é o limite de Duplantis
Havia, antes da competição, uma pequena tensão no ar, ao menos para os mais velhos, que lembravam de um fracasso imenso – o do ucraniano Sergei Bubka na Olimpíada de Barcelona, em 1992. Ele era o Duplantis daquele tempo. Contava as 30 melhores marcas mundiais. Mas não passou dos 5m70 em três tentativas e foi eliminado. Em tempo: Maksim Tasarov, da Comunidade dos Estados Independentes, inventada pelo COI depois do fim da União Soviética, venceu com 5m80. Duplantis, agora, foi 45 centímetros acima. Salve o Dream Team de um só.