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Copo de açaí a 84 reais? Paris tem

A inflação nas arenas e restaurantes alcançou patamares olímpicos, espantando turistas e preocupando os locais

Por Monica Weinberg, de Paris
10 ago 2024, 08h51
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    Casa Brasil, no Parque das Nações, em La Villette, entrou no roteiro ultra turístico dessa temporada olímpica (Olympia DE MAISMONT/AFP)

    Não é de hoje que a inflação vem castigando o bolso dos franceses, consequência de um punhado de fatores, entre eles o conflito que se arrasta entre Ucrânia e Rússia. Aí veio a Olimpíada e não podia ser diferente: uma multidão tomou Paris, a demanda disparou e os preços naturalmente acompanharam o frenesi. Muito turista fica espantado ao examinar o menu dentro e fora das arenas e os moradores não veem a hora da volta aos patamares pré-olímpicos. Será?

    Peregrinar pelas lanchonetes das arenas traz um susto depois do outro: a garrafa de 500 ml de Coca-Cola sai a 42 reais e um pacote de batata chips de 150 gramas, um tantinho mais caro, a 45. Claro que a conversão do euro para o real dá um freio à diversão. Mas mesmo assim. “Nunca vi esses preços, mas com tanto calor tapei o nariz e comprei um refrigerante a peso de ouro”, contava o estudante de biologia Eduardo de Souza, 21 anos, logo antes da partida entre Estados Unidos e Brasil no voleio feminino. Perdemos.

    O Parque das Nações, em La Villette, entrou no roteiro ultra turístico dessa temporada olímpica, onde os países ergueram seus pavilhões, o maior deles da França, claro. E por lá está a Casa Brasil, próxima à da Colômbia, onde encontram-se quitutes brasileiros, para quem já ficou com saudades, e até açaí made in Brazil. Detalhe: o copo de 300 ml custa 14 euros, ou 84 reais pelo euro do dia.

    Mesmo fora desse raio, bistrôs e brasseries também resolveram caprichar nas cifras, sobretudo os que foram agraciados com uma competição bem ao lado e acabam recebendo torcedores entre uma disputa e outra. O jornal Le Parisien fez um levantamento entre fim de maio e a semana que se seguiu à festa de abertura no Sena. Conclusão: há itens cujo valor escalou neste breve período para além de 20%, mais que a inflação acumulada no setor de alimentos entre 2022 e 2024.

    Vale dar um zoom. O café expresso encareceu 22%, o saco se batata chips (olha ele de novo aí), 30%, e o filé com fritas, 36%. Quem quiser levar uma miniatura de boa qualidade da Torre Eiffel, palco das provas de vôlei de praia, prepare-se: houve um salto se 8 para 10 euros. Isso sem falar no metrô, que dobrou – o bilhete está a 4 euros, mas a previsão é recuar para os 1,73 de antes.

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    DE GRAÇA ESTÁ VALENDO

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    Sensação da natação León Marchand no
    Parque dos Campeões, no Trocadero (Jack GUEZ/AFP)

    Muita gente paga bem mais pelo mesmo, dadas as circunstâncias. Mas há uma fatia nada desprezível de turistas que vem freando os gastos fora das instalações esportivas. Investiram esse tempo todo em ingressos e trocaram o jantar por um lanche, para o terror dos restaurantes. Em paralelo, a debandada dos franceses da cidade, que já é hábito em agosto, mês de férias, se acentuou. E os estabelecimentos, que apostavam em consumo voraz, viram o caixa dar até uma minguada.

    Em meio a tantas cifras elevadas, dá-lhe programa gratuito. Vale andar muito a pé contemplando os cartões-postais e conseguir assento gratuito em locais como o Parque dos Campeões, no Trocadero, com vista panorâmica para a Torre Eiffel e direito a medalhistas de vez em quando passando por lá.

    Outro dia, quem apareceu foi uma das estrelas dos Jogos, León Marchand, o nadador que ganhou quatro ouros e um bronze na piscina de La Défense. O povo foi à loucura, recebendo o campeão aos gritos de “Lé-on, Lé-on!”, que se deixou fotografar e ainda assinou camisetas. Tudo de graça, inflação zero.

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