Os Jogos Olímpicos, por mais que os cartolas desejem uma pureza que não existe, foram sempre retratos de seu tempo. Em 1936, o negro americano Jesse Owens, humilhou Adolf Hitler e seu anseio de louvar a raça ariana, ao vencer nos 100 metros rasos, nos 200, no salto em distância e no revezamento 4 x 100. Em 1968, os americanos Tommie Smith e John Carlos, ouro e bronze nos 200 metros, ergueram os punhos em apoio aos Panteras Negras, grupo que defendia o direito dos negros nos Estados Unidos. Em 1972, o atentado do grupo Setembro Negro, de militantes palestinos sem cunho religioso, tingiu de sangue a Olimpíada de Munique, no ataque terrorista contra a delegação de Israel. É uma longa travessia que merece ser revisitada.