O amistoso desta quarta-feira entre Brasil e Colômbia, no Engenhão, às 21h45 (horário de Brasília), terá uma série de homenagens às vítimas do acidente com a delegação da Chapecoense. E também representará um importante auxílio a seus familiares, que dividirão a renda total do jogo. Estima-se que 67 famílias possam receber cerca de 70.000 reais cada.
“Nossa estimativa, se confirmada uma arrecadação de 3 milhões de reais do jogo do Brasil, é que vai dar em torno de 70.000 reais. Vamos dividir o valor igualmente por 67”, explicou o diretor administrativo e financeiro da Chapecoense, Roberto Aurélio Merlo, citando que familiares de jornalistas e convidados que não tinham vínculo com a Chapecoense estão incluídos.
O acidente na Colômbia em novembro matou 71 pessoas, mas os integrantes da tripulação do voo da LaMia não entram na conta, informou a assessoria da Chapecoense.
Além da renda do amistoso, outros valores entram na conta. As doações diretas para a equipe renderam 235.000 reais. A diretoria aguarda receber 41.000 reais do amistoso beneficente organizado pelo meia Andrés D’Alessandro, em Porto Alegre e um valor ainda não definido da partida organizada por Zico, no Maracanã, no final do ano passado.
Outro recurso é a bilheteria do amistoso com o Palmeiras, disputado no último sábado, na Arena Condá. A renda líquida, descontada despesas operacionais e encargos, deve ficar próxima a 600.000 reais.
Entre as doações já realizadas, dois detalhes são curiosos. A operação mais comum foi de pessoas que repassaram valores pequenos. “Nosso relatório tem muitas transferências de R$ 5 e R$ 10”, contou Merlo. O maior montante veio da renda de Sport x Figueirense, pelo Campeonato Brasileiro do ano passado, com 96.000 reais.
A Chapecoense vai concentrar todos os recursos em uma conta e, depois, repassar o dinheiro para cada família. “Após a arrecadação estar concluída, será preciso cuidar de trâmites jurídicos. Mas creio que em uma semana as famílias terão o repasse”, explicou o diretor jurídico, Luiz Antônio Palaoro.
As famílias de cada jogador morto já receberam 40 salários, calculados sobre o valor registrado em carteira, pagos em conjunto pela Chapecoense e pela CBF, como seguro por morte. A diretoria vai concluir nos próximos dias a entrega das premiações pelas metas alcançadas em 2016 e no próximo mês viaja à Bolívia para tentar liberar indenizações da companhia aérea, do governo e da seguradora.
(com Estadão Conteúdo)