A segunda prova do Enem 2017, aplicada neste domingo (12), foi bem mais complexa e diferente do que nos anos anteriores, segundo alunos ouvidos por VEJA.
“Normalmente o Enem tem muitas questões de trigonometria em matemática, ondas em física e ecologia em biologia. Neste ano, teve muito pouco disso”, explicou a estudante Ana Carvalho, 17, que pretende cursar letras em alguma universidade pública pelo Sisu.
Para Gabriel Bispo, 17, que pretende estudar arquitetura, a grande quantidade de gráficos facilitou a resolução da prova. “Eu gosto mais de exatas, e as imagens ajudaram bastante a resolver as questões”, explicou ele, destacando que a prova de biologia trouxe muitas questões sobre corpo humano.
Além de ser aplicada em dois domingos (e não mais em um único fim de semana), outra mudança significativa no Enem 2017 foi o reagrupamento das áreas de conhecimento. As provas de matemática e ciências da natureza, antes aplicadas em s separados, agora são feitas na mesma data, num tempo máximo de quatro horas.
“Antes, dava pra responder as perguntas de humanas correndo e deixar mais tempo paras as questões de exatas”, afirma William Fukushima, 16, que neste ano prestou o Enem como treineiro pela segunda vez. “Com as exatas todas juntas, não dá para reservar um tempo maior para as questões mais difíceis.”
Paulo Moraes, diretor do Anglo, avalia que o ENEM 2017 valorizou os alunos mais bem preparados.
“Antes, você estava fazendo questões de humanas e, de repente, tinha que colocar a cabeça pra pensar matemática. Ficar virando chavinhas na cabeça é complicado”, comentou o professor. “Neste ano, cobrou-se muito conteúdo, mas conteúdo contextualizado. Isso valoriza o bom aluno.”
Na avaliação dos professores do cursinho, a porcentagem de questões médias e difíceis subiu nas provas deste ano. Foram cerca de 30% de questões difíceis, 50% com nível de dificuldade médio e 20% fáceis. Antes, eram 20%, 60% e 20%, respectivamente.
“Em geral, foram cobrados os mesmos conteúdos das provas anteriores, mas com um nível de complexidade maior. Foi uma prova mais refinada”, explica Robby Cardoso, coordenador de matemática do Anglo.