A corretora XP Investimentos avalia abrir capital na bolsa de valores de empresas de tecnologia de Nova York, a Nasdaq. A informação foi publicada primeiramente pelo jornal Valor Econômico e confirmada por VEJA. Segundo um porta-voz da empresa, que é a maior do segmento no país, a avaliação ainda está “em estágio inicial”.
O plano de abrir capital é antigo. Desde 2010, em várias situações, o plano renasceu. O último previa o IPO (sigla em inglês para oferta pública inicial de ações) para 2017.
Porém, no ano passado, o Itaú comprou 49,9% da empresa fundada por Guilherme Benchimol, por 6,3 bilhões de reais. Devido ao enorme trâmite burocrático que isso significa — o Banco Central aprovou a operação apenas em agosto deste ano —, o sonho do IPO foi suspenso.
Desde o início do ano, companhias brasileiras têm sido bem sucedidas em abrir capital na Nasdaq. A PagSeguro foi a primeira e levantou 2,3 bilhões de dólares. Depois, foi a vez da Stone Pagamentos, que conseguiu 1,5 bilhão de dólares.
A XP, no momento do negócio com o Itaú, foi avaliada em 20 bilhões de reais. Desde então, seu lucro estimado cresceu de 480 milhões de reais, em 2017, para 650 milhões de reais, em 2018. Em um IPO bem-sucedido, a empresa poderia chegar a ser avaliada em até 50 bilhões de dólares.
Segundo a publicação, um dos sócios, a General Atlantic, tem visto com bons olhos a abertura de capital em Nova York. Isso criaria a possibilidade de o fundo de investimentos sair do negócio por meio do mercado financeiro, evitando uma desvalorização de seus ativos durante uma negociação com um comprador direto. Além disso, as receitas da abertura de capital poderiam financiar a criação de uma nova holding dos sócios da XP.