A Volkswagen irá aplicar layoff para 800 trabalhadores na fábrica de Taubaté. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, a medida passa a valer a partir do dia 1º de agosto, por período entre dois e cinco meses. O motivo é o mesmo que causou a paralisação temporária em Taubaté e outras três plantas no começo do mês: adequar o volume de produção ao mercado.
A decisão pela suspensão temporária dos contratos ocorre uma semana após o fim oficial do programa que dava descontos para carros de até 120 mil reais. Com duração de um mês, o governo federal concedeu 800 milhões de créditos para as montadoras por um desconto de 2 mil a 8 mil reais para o consumidor. O Volkswagen Polo foi o veículo mais vendido da medida, com quase 10.000 unidades, segundo levantamento da Jato do Brasil feito no início do mês. A planta de Taubaté, afetada pelo layoff, produz justamente esse modelo.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Claudio Batista, criticou o patamar da taxa básica de juros, a Selic, como uma das razões pelo mau momento do setor. “Infelizmente, a taxa de juros, a Selic, continua em 13,75% e inviabiliza a venda de carros novos, já que dois terços dessas vendas são feitos por financiamento. Com isso, as montadoras têm enfrentado um acúmulo de veículos em estoque nos pátios”, disse. O patamar da taxa de juros é um dos principais pleitos das categorias de trabalhadores, setor produtivo e também do governo federal. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne entre os dias 1º e 2 de agosto e deve começar o processo de redução dos juros.
O pedido de layoff envolveu um acordo coletivo com estabilidade até 2025. O acordo coletivo também estabeleceu a produção de um SUV compacto para fábrica a partir de 2025. Neste ano, a Volks já havia protocolado um pedido de layoff. Inicialmente a medida seria aplicada em junho e depois foi adiada para julho. Porém, passará a ser aplicada em agosto. Outras montadoras, como a Chevrolet e a Renault, também adotaram layoffs neste mês, afetando 1.200 e 1.000 trabalhadores, respectivamente.
A Volkswagen afirma que, além da fábrica de Taubaté, adotou medidas de flexibilização do trabalho em outras fábricas. Há layoff desde 5 de junho na planta de São José dos Pinhais. Em São Bernardo do Campo e São Carlos, ambas em São Paulo, foram concedidas férias coletivas para os funcionários para adequar o ritmo de produção.