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Varejo se prepara para vender ‘casa conectada’

Feira de eletroeletrônicos apresenta protótipo de casa conectada e dados do setor; venda de TVs cresce com desligamento de sinal analógico

Por Anaïs Fernandes
Atualizado em 18 jul 2017, 08h31 - Publicado em 18 jul 2017, 08h30
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  • Ligar ou desligar a luz com a voz, controlar portas e janelas pelo celular, conectar eletrodomésticos à nuvem. Parece inevitável que a Internet das Coisas (IoT, sigla para Internet of Things) ganhe espaço nos lares brasileiros. A pergunta é: quando? E a que preço?

    “Esse ‘futuro’ já é real nos Estados Unidos. Acreditamos que isso comece forte no Brasil a partir de 2019”, afirma Rafael Assa, diretor executivo da Alfacomex, importadora e distribuidora do segmento eletrônico. 

    A empresa apresenta um protótipo de casa conectada durante a 12ª Eletrolar Show, feira da indústria e do varejo de eletroeletrônicos, eletrodomésticos, celulares e tecnologia da informação que começa nesta segunda-feira em São Paulo.

    No projeto, a Alfacomex exibe uma série de produtos desenvolvidos para funcionar com o sistema operacional da Apple. São sensores de movimento, de fumaça, câmeras, iluminação e controladores de acesso de marcas distintas, mas que podem ser controlados pelo aplicativo HomeKit.

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    “A pessoa consegue criar vários cenários. Por exemplo, programar para que quando um sensor de porta seja acionado, uma câmera e a iluminação sejam ligadas”, explica Assa.

    A lâmpada Hue, da Philips, que integra o sistema, já é comercializada, mas outros produtos, como sensores e fechaduras, devem chegar ao mercado em agosto.

    Segundo Assa, a automação “ainda está destinada a um público AA, porque são produtos caros”, mas isso pode mudar.

    “Não é que os itens do HomeKit sejam baratos, mas são produtos de fácil instalação, e a pessoa pode ir comprando gradativamente, priorizando aquilo que é mais importante para ela. É o começo da automação sendo vendida no varejo. A empresas estão em uma corrida para desenvolver produtos dentro desse formato, porque sabem que há potencial para ser algo de larga escala, e não mais tão de nicho”, afirma Assa.

    Em 2016, o pequeno setor de automação residencial e predial brasileiro demonstrou estabilidade, apesar da crise. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (Aureside) feita com 160 empresas do segmento apontou que para metade delas (53,2%) o nível de negócios ficou estacionado em relação ao ano anterior, enquanto para 24,1% diminuiu, e para 22,8%, aumentou. 

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    A Aureside estima que apenas 3% das casas brasileiras sejam automatizadas —nível que ficaria entre 20% e 25% em países europeus e nos Estados Unidos.

    Os itens conectados ao HomeKit podem ser comprados separadamente, mas o kit completo apresentado pela Alfacomex custaria cerca de R$ 5.000.

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    Pé no chão

    Para segmentos de eletroeletrônicos já consolidados, o primeiro semestre de 2017 foi de resistência diante do cenário político e econômico turbulento no Brasil.

    O volume de vendas do setor aumentou 18,5% na primeira metade deste ano, na comparação com o mesmo período de 2016. Só a comercialização de televisores cresceu 30,3%.

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    “O aumento se explica, em parte, pela melhoria do cenário para o consumo e, em parte, pelo desejo da população de se antecipar ao desligamento do sinal analógico no país”, explica Lourival Kiçula, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos, a Eletros.

    Na linha de portáteis, foram vendidas 26,5 milhões de unidades em 2017, volume 23% superior ao de 2016. Já a linha branca teve uma retração de 2,97%, na mesma base de comparação. 

    Outro dado reflete as expectativas dos fabricantes de eletroeletrônicos para os próximos meses. Segundo pesquisa da Eletros, em junho, 36,7% dos produtores afirmaram estar otimistas que 2017 será melhor do que o ano passado. Em janeiro, 25% dos entrevistados mostraram a mesma confiança.

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    “Com a manutenção da agenda de reformas positivas, acreditamos que o segundo semestre poderia ser ainda melhor”, afirma Kiçula.

    Os dados foram apresentados pela associação durante a Eletrolar Show, que é voltada para profissionais do setor e segue aberta até quinta-feira no Transamerica Expo Center. 

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