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Teste encontra irregularidades em amostras de carnes

Empresas questionam resultado da análise e negam utilização de nitrato no processamento de carne fresca

Por Da redação
Atualizado em 20 jun 2017, 07h24 - Publicado em 20 jun 2017, 07h24
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  • A associação de consumidores Proteste encontrou conservantes proibidos na análise de carnes. Foi o segundo teste realizado pela entidade desde a Operação Carne Fraca, que investiga um esquema de corrupção envolvendo fiscais da Agricultura e frigoríficos.

    De acordo com a Proteste, os testes foram realizados a partir de pedidos de consumidores. Foram analisadas 26 amostras de produtos, entre carne bovina (contrafilé, fraldinha e picanha), linguiça suína, salsicha, mortadela e filé de peito de frango.

    A Proteste informa que foi encontrada a presença de nitrato em cortes de contrafilé Friboi JBS e nas picanhas Frialto e Montana. “Esse aditivo é empregado nos produtos cárneos com o objetivo de melhorar o aspecto (cor), prevenir o crescimento microbiológico além de atuar como um antioxidante, ou seja, atua aumentando o tempo de conservação desses produtos”, afirma a Proteste.

    Segundo a entidade, a Anvisa e o Ministério da Agricultura só autorizam o uso do nitrato em carnes processadas e embutidas, desde que obedecendo um determinado limite.

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    A Proteste informa que enviará os resultados do teste ao Ministério da Agricultura e que vai requerer aumento da fiscalização, bem como a retirada do mercado das amostras que contêm peróxidos e nitrato. A Anvisa também receberá cópia desses resultados.

     Outro lado

    As empresas questionam o resultado da análise da Proteste. “Mais uma vez a Proteste não informou o laboratório que realizou a análise e o laudo apresentado não atende ao padrão estabelecido pela norma técnica da ABNT para emissão de resultados”, diz a JBS, dona da Friboi.

    A Friboi informa que “suas carnes in natura são comercializadas livres de quaisquer conservantes e que não utiliza nitrato em nenhum momento do processo.”

    Outro ponto questionável, segundo a empresa, é a que o teste não encontrou a presença de nitrito. “Não foi encontrado nitrito na amostra avaliada, o que descredencia a própria análise divulgada pela Proteste, já que a substancia de nitrato é transformada naturalmente em nitrito.”

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    A Marfrig, dona da marca Montana, também nega a utilização de nitrato. “Informamos que não fazemos uso de nitrato em carnes in natura, e que não tivemos acesso aos critérios utilizados pelo Instituto Proteste para análise das amostras de produtos”.

    A Frialto também questiona o teste realizado. “É simplesmente impossível que possa haver alguma contaminação de nitrato em nossos produtos, dentro de nosso estabelecimento. […] Para utilização desse tipo de substância (nitrato) dentro de uma indústria seria necessária a autorização do SIF – Serviço de Inspeção de Federal, serviço esse que está presente diariamente em nossa unidade.”

    A empresa diz que entrará em contato com a Proteste, pois o SIF informado na utilização do teste refere-se a um produto já vencido. “Aparentemente, usaram o mesmo produto coletado na primeira fase, pois o tipo, lote e vencimento são os mesmos, sendo que esse produto coletado está fora do prazo de validade.”

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