O presidente da República, Michel Temer, disse nesta terça-feira que a economia brasileira inicia o ano com boas notícias e considerou que o país vive um momento de “reerguimento“. Durante evento promovido pelo banco Credit Suisse, na zona sul da capital paulista, Temer assinalou que o país está saindo da recessão, por força da queda dos juros, como resultado do controle da inflação. “Vamos começar a registrar crescimento”, disse o presidente, repetindo, porém, que o combate ao desemprego só acontecerá após as empresas ocuparem a capacidade ociosa.
Ao dar exemplos de sinais de reação da atividade econômica, Temer citou a estimativa recorde da safra de grãos, os “números históricos” da produção de petróleo e gás da Petrobras em dezembro e o recorde na geração de energia da usina de Itaipu no ano passado.
Inflação
O presidente disse que a inflação no Brasil caminha para o centro da meta, de 4,5%, neste ano ou, “quem sabe”, abaixo dessa marca. Afirmou ainda que o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, também presente no evento do Credit Suisse, “merece aplauso”, pois reduziu inflação para dentro do teto.
Durante discurso que durou meia hora, Temer, para ressaltar avanços de sua gestão, lembrou das condições da economia na época em que assumiu o governo – entre elas, uma inflação que passava dos 10% e um desemprego que atingia quase 12 milhões de pessoas. “A atitude de enfrentamento desses fatos nos permitiu traçar diagnósticos realistas da situação do Brasil. Ficou claro que a origem da crise era fiscal”, disse o presidente.
Nesse ponto, ele lembrou o amplo apoio obtido no Congresso para aprovação da proposta de emenda constitucional que limitou as despesas primárias da União, medida que, segundo Temer, fecha a porta ao crescimento desenfreado dos gastos públicos por vinte anos.
Temer frisou ainda que o país não precisou chegar ao teto da meta fiscal que tinha sido autorizado pelo Congresso no ano passado: 170,5 bilhões de reais. Ainda assim, considerou que o rombo de 155 bilhões de reais registrado em 2016 representa uma “soma preocupante”, assim como o déficit da Previdência, de 150 bilhões de reais.
Reforma trabalhista
O presidente da República voltou a defender a modernização das leis trabalhistas, lembrando que a CLT é de 1943. Em especial, ele afirmou que as convenções negociadas entre sindicatos e empregadores devem prevalecer sobre a lei. “Os investidores terão, assim, mais segurança nas matérias negociadas com trabalhadores”, avaliou.
O peemedebista voltou a garantir que os direitos fundamentais dos trabalhadores serão respeitados na reforma trabalhista. Segundo ele, o governo construiu uma agenda de produtividade baseada na relação transparente e racional entre Estado e iniciativa privada. Essa agenda, afirmou Temer, tem entre seus objetivos dar segurança jurídica a quem investe no país.
(Com Estadão Conteúdo)