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Tecnologia e logística vão alavancar geração de empregos no pós-pandemia

Com home office em alta e avanço do e-commerce, mercado de trabalho deve abrir mais espaço para desenvolvedores de sistemas e especialistas em logística 4.0

Por Diego Gimenes
Atualizado em 21 set 2020, 07h48 - Publicado em 21 set 2020, 07h30
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  • Assim como as mudanças impostas pelo coronavírus transformaram o dia a dia dos brasileiros, o mercado de trabalho também deve passar por um processo similar de adequações para, justamente, se adaptar ao ‘novo normal’ pós-pandemia.  Segundo uma projeção feita pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e divulgada nesta segunda-feira, 21, a previsão é que surjam, em até cinco anos, novos profissionais para responder, por exemplo, à maior necessidade por internet ultrarrápida em um novo mundo online.

    Para as milhares de lives que surgiram como um afago para as pessoas durante o isolamento social, serão precisos, por exemplo, mais técnicos desenvolvedores de sistemas e programadores multimídia. Esses profissionais, além dos trabalhadores da área de telecomunicações, serão fundamentais para lidar com os desafios de implantação do 5G no país. Os brasileiros também passaram a fazer mais compras pela internet e esse crescimento provocou a aceleração da chamada Logística 4.0, uma combinação do uso da própria logística aliada a aplicativos de dados em tempo real e sistemas na nuvem da internet para melhorar a eficiência dos processos. Nesse cenário, a participação dos profissionais de gestão da informação e de big data é vital para a estratégia produtiva dessas empresas.

    Um dos segmentos que demandará novos e qualificados profissionais é o de home office, que por si só já reforça a importância dos técnicos de redes de computadores e, principalmente, dos especialistas em cibersegurança, em vista que a população passou a requerer esses dispositivos com mais frequência — um prato cheio para os estelionatários e hackers em geral. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou na última sexta-feira, 18, que os golpes bancários cresceram 80% desde o início de março — os mais comuns são as ligações oriundas de centrais de atendimento fictícias e o envio de links ou boletos falsos por e-mail.

    Outro fator importante para se levar em conta é que, a priori, a adoção desse novo regime era temporária, para evitar o contágio pela covid-19, mas agora pode se tornar definitiva. A prefeitura de São Paulo, por exemplo, decidiu adotar o teletrabalho em caráter permanente para 25 mil dos 67 mil servidores, o que vai proporcionar, em 7 anos, uma economia de 1 bilhão de reais para os cofres públicos. Para esse cenário, o Senai aposta, inclusive, no surgimento de uma nova e inusitada profissão: a de orientador de trabalho remoto. Esse especialista deve ajudar os trabalhadores a se adequar às ferramentas de informática e às rotinas do teletrabalho, assim como orientar quanto a medidas para garantir a saúde física e mental dos funcionários.

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    O aumento da difusão da impressão 3D também está no relatório. A fabricação de pequenas peças em substituição das importações deve diminuir os custos das empresas e aumentar a nacionalização da cadeia de suprimentos, além de garantir novos postos de trabalho aos especialistas desse tipo de impressão. Todas as previsões foram feitas com base no Modelo Senai de Prospectiva, metodologia que permite identificar quais serão as tecnologias utilizadas no ambiente de trabalho e as mudanças na estrutura organizacional das empresas em um horizonte de cinco a quinze anos.

    “Nós havíamos apontado a tendência de surgimento, no médio e longo prazo, de 30 novas ocupações devido à Quarta Revolução Industrial. A pandemia intensificou, de forma dramática, esse processo de atualização tecnológica, o que deve antecipar para 2021 e anos seguintes uma demanda que estava prevista para daqui a 5 ou 10 anos”, projeta Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai. “O novo comportamento das pessoas e das empresas também vai exigir maior especialização de profissionais em algumas áreas, criando novas ocupações”, explica ele. O trabalho é feito a partir da aplicação de um painel com cerca de 20 especialistas – representantes de empresas e de universidades por setor estudado. Em seguida, as informações são enviadas aos Comitês Técnicos Setoriais, que elaboram novos perfis e desenhos curriculares e atualizam aqueles já existentes.

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