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Shoppings confirmam retomada e registram avanço de 7,9% nas vendas em 2019

Resultado é o melhor desde 2014 e consolida o crescimento do setor no país; para este ano, são previstos 19 novos empreendimentos

Por Felipe Mendes Atualizado em 30 jan 2020, 10h42 - Publicado em 30 jan 2020, 10h42
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  • A retomada do consumo é uma realidade. Fatores como os cortes da taxa de juros, a liberação dos saques inativos do FGTS e o aumento da geração de emprego animaram o consumidor brasileiro em 2019. Com isso, o setor de shopping centers registrou crescimento de vendas acima das expectativas, encerrando o ano com avanço de 7,9%, o que gerou uma receita de 192,8 bilhões de reais pelo país, de acordo com o Censo Abrasce. São os melhores resultados para o setor desde 2014.

    A estimativa oficial da entidade era de que o mercado de shopping centers crescesse 7% em 2019. À época que foram feitas as projeções, a entidade estimava um avanço de 2,5% do PIB — o crescimento não se confirmou, o que fez com que a força do consumo chamasse ainda mais atenção. “O resultado superou as nossas expectativas, mesmo diante de um crescimento do PIB que deverá ficar em torno de 1%”, diz Glauco Humai, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Além disso, o executivo acredita que os investimentos em promoção e marketing fizeram com que o fluxo de visitantes aumentasse nas datas comemorativas. “Houve um ajuste de expectativas. No início do ano, os empresários estavam muito esperançosos com os planos do ministro Paulo Guedes para a economia, mas os problemas não se resolvem da noite para o dia”, diz Luiz Marinho, sócio diretor da GS&Malls, consultoria do grupo Gouvêa de Souza. “Tivemos uma melhora gradativa na economia a partir do mês de setembro, o que fez com que o consumidor voltasse a ter confiança.”

    Em 2019, a entidade contabilizou a inauguração de 11 empreendimentos espalhados pelo país. Para este ano, 19 aberturas são esperadas pelo país, sendo 7 complexos comerciais no Nordeste, 5 no Sudeste, 4 no Sul e 3 no Centro-Oeste. Além disso, 6% dos shoppings existentes passam por um processo de expansão e outros 10% pretendem aumentar a capacidade neste ano.

    O número de lojas também subiu, ainda que de maneira tímida. Foi de 104.928 para 105.592, avanço de 0,6%. A média é de 184 pontos de venda por complexo comercial no país. “Vimos que o shopping deixou de ser apenas um lugar para compras. Em 2019, tivemos uma ampliação mais agressiva na oferta de serviços, em opções de alimentação e lazer. E isso é uma tendência que irá se repetir em 2020”, estima Marinho.

    O ano de 2019 também foi marcado pela guerra digital protagonizada não apenas pelas principais varejistas do país, mas também por shopping centers de alto padrão. Após o grupo JHSF inaugurar um marketplace, uma espécie de vitrine digital de ofertas, voltado à itens de moda para o Shopping Cidade Jardim, seus concorrentes, a Sonae e o grupo Iguatemi, também investiram em opções que conectassem seus shoppings à Era digital. “Foi um ano marcado pelo aumento da presença digital dos shopping centers”, afirma Marinho.

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    Polêmica

    No fim de 2019, a Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos) contestou o desempenho das vendas de Natal divulgado pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping Centers (Alshop), que informou um crescimento de 9,5% em relação a 2018 para o período natalino, e projetou um crescimento anual de 7,5%, valor em linha com dados divulgados pela Abrasce. “Para mim, é um dado plantado. É uma mentira”, disse Tito Bessa Jr, presidente da Ablos, à época. A Alshop negou a manipulação e convocou um evento para explicar a metodologia do estudo. Mas, em 22 de janeiro, voltou atrás na decisão.

    Para Marinho, é possível que os números da Alshop e, consequentemente, da Abrasce, tenham sido puxados para cima por conta das lojas âncoras, como são conhecidas as principais marcas varejistas. “A Ablos é uma associação de empresas menores, muito ligadas às marcas de moda. Mas, o que vimos é que o segmento de vestuário cresceu menos até o terceiro trimestre e ele tem sido canibalizado pouco a pouco pelas grandes grifes, como Renner, C&A e Riachuelo, que têm investido cada vez mais em soluções multicanal”, analisa.

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