O volume de serviços prestados no país ficou em estabilidade na passagem de abril para maio, interrompendo a sequência de dois meses consecutivos de alta. Mesmo assim, o resultado é melhor que o estimado pelo mercado, que esperava uma queda de 0,7% no período.
Segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, 12, pelo IBGE, os serviços — o maior setor do PIB — acumulam alta de 2% entre janeiro e maio e de 1,3% nos últimos 12 meses.
Segundo o gerente da Pesquisa Mensal dos Serviços, Rodrigo Lobo, apesar da variação nula, houve disseminação de taxas negativas tanto em termos setoriais, como em termos regionais. Das cinco atividades da PMS, três apresentaram queda. Destaque para o setor de transportes, que recuou 1,6%. “Influenciado, principalmente, pela menor receita vinda do transporte aéreo, e, em seguida, do rodoviário coletivo de passageiros”, explica o pesquisador.
As outras duas retrações ocorreram em informação e comunicação (-1,1%) e em outros serviços (-1,6%), que vinham dois resultados positivos seguidos, com altas de 5,3% e 4,5%, respectivamente.
Ainda ante abril, entre os setores com expansão no volume de serviços, destaque para serviços prestados às famílias, que cresceu 3,0%, recuperando integralmente a perda do mês anterior, de 2,7%. A principal contribuição positiva nesse setor veio dos restaurantes. “A ocorrência do Dia das Mães pode ter ajudado a explicar esse avanço, por conta de um movimento maior de pessoas que saem para comer fora de casa em reuniões familiares. Além disso, aconteceu o show da Madonna no Rio de Janeiro e eventos de grande magnitude, com grande fluxo de pessoas, costumam impactar essa atividade econômica”, analisa Lobo.
A outra alta foi do setor de serviços profissionais, administrativos e complementares, cuja expansão de 0,5% recuperou apenas parcialmente a queda de abril.
Regiões
Ao todo, 19 das 27 unidades da federação registrou queda no volume de serviços na passagem de abril para maio de 2024. A principal retração foi de Minas Gerais (-2,9%), seguida por Santa Catarina (-3,6%), Bahia (-4,1%), Maranhão (-8,7%) e Distrito Federal (-2,1%).
Entre as altas, destaque para Mato Grosso (6,2%), que exerceu a principal contribuição positiva do mês, seguido por Tocantins (27,7%). “Em ambos os casos, os avanços de maio têm conexão com o aumento do transporte de carga, fundamental tanto para transporte de insumos como para o escoamento da produção agrícola, ponto forte da economia da região centro-oeste”, ressalta Rodrigo Lobo.
Outro estado a avançar em maio foi o Rio Grande do Sul, com crescimento de 0,6%. “Em termos de volume, houve crescimento, mas quando se olha a receita nominal, há uma queda de 13,6%”, destaca o pesquisador. Isso se deve, continua Lobo, à queda brusca dos preços dos pedágios (-86,18%) apurados pelo IPCA no mês de maio e como este subitem é usado para deflacionar as receitas nominais das concessionárias de veículos na pesquisa mensal de serviços, isso acabou acarretando um aumento do volume de serviços no estado gaúcho.
Vale destacar que várias concessionárias de rodovias interromperam as cobranças de tarifas no Rio Grande do Sul, visando facilitar o deslocamento de veículos que transportavam donativos ou que estivessem envolvidos em operações de resgate de vítimas das enchentes no estado. “Para entender o real impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, em termos de volume de serviços, será necessário considerar a evolução dos preços de determinados serviços nos meses subsequentes”, afirma.