Serviços têm queda de 1,6% em abril com desaceleração em transportes
Na comparação anual, maior setor do PIB tem avanço de 6,8%, na 26ª taxa positiva consecutiva, mas com sinais de perda de fôlego
Os serviços, maior setor do PIB, tiveram um tombo em abril. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 15, pelo IBGE, as atividades recuaram 1,6% na comparação com março. Resultado pior que o estimado pelo mercado, que previa um recuo de 0,5%. Frente a abril de 2022, o setor avançou 2,7%, 26ª taxa positiva consecutiva. No ano, o acumulado é de 4,8% e nos últimos 12 meses, os setores acumulam 6,8% de avanço.
A retração foi acompanhada por quatro das cinco atividades investigadas. Assim como em março, o setor de transporte se destacou como a principal influência, porém, em abril, puxou o índice para o campo negativo. O grupamento caiu -4,4%, devolvendo parte do ganho acumulado (7,5%) entre fevereiro e março. “Vários segmentos de serviços dentro desse setor acabaram por gerar um impacto negativo: gestão de portos e terminais, transporte rodoviário de cargas, rodoviário coletivo de passageiros e transporte dutoviário. Esses segmentos tiveram importância no âmbito do volume de serviços como todo, ultrapassando a fronteira do próprio setor”, analisa Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.
Os demais recuos vieram dos serviços de informação e comunicação (-1,0%), dos profissionais, administrativos e complementares (-0,6%); e dos outros serviços (-1,1%).
A única atividade em expansão do mês foram os serviços prestados às famílias (1,2%), que recuperaram parte da perda acumulada entre fevereiro e março (-2,2%). “O ganho nesse mês vem tanto de alojamento e alimentação (3,7%) como de outros serviços prestados às famílias (3,5%). Dentro desse segmento, a parte de atividades teatrais, musicais e de espetáculos em geral teve maior influência”, observa Lobo.
O setor de serviços é o maior do PIB brasileiro e os resultados tem influência direta no crescimento do país. No primeiro trimestre, serviços avançou 0,6%, bem atrás do impressionante crescimento do agronegócio (21,6%), mas ajudando a sustentar o resultado da economia brasileira. No ano, o mercado financeiro estima que o PIB encerre em 1,84%, segundo o Boletim Focus desta semana.