A equipe econômica de Jair Bolsonaro informou, na tarde desta sexta-feira, 23, que o empresário Salim Mattar aceitou o convite do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, para assumir a Secretaria Geral de Desestatização e Desimobilização, que será criada como parte da estrutura da superpasta da área econômica.
O ministério será responsável pelas privatizações que o governo pretende fazer. Esse é um dos pilares do plano econômico – o governo planeja receber mais de 500 bilhões de reais nos próximos anos. Segundo a assessoria de Guedes, a nova secretaria vai ser responsável pelos desinvestimentos, desimobilização e busca de maior eficiência na gestão dos ativos da União.
Mattar, apesar de ficar subordinado a Guedes, deverá trabalhar muito próximo a Joaquim Levy, escolhido para comandar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O banco de fomento terá papel fundamental para fornecer o capital necessário para financiar as privatizações.
Mattar é fundador e presidente do conselho da Localiza, uma das maiores locadoras de veículos do país. O empresário, dono de um império que vale 18 bilhões de reais, já há algum tempo está envolvido na política. Em 2014, realizou doações de campanha que somaram 1,75 milhão de reais. À época, os recursos foram destinados para as campanhas de Carlos Melles e Gustavo Correa, do DEM, Cássio Cunha Lima, do PSDB, e Marcel Van Hattem, que estava no PP naquele momento.
Neste ano, Mattar apoiou a campanha de Romeu Zema (Novo), que se elegeu governador de Minas Gerais. Ele forneceu 700. 000 reais ao então candidato e foi responsável por quase metade do total arrecadado. Todas as doações foram feitas como pessoa física, inclusive as de 2014.
O empresário é membro do Instituto Millenium, organização criada por Guedes e outros economistas para promover o liberalismo, e do Instituto Liberal. Suas associações demonstram que o empresário tem fortes convicções liberais. Ele também foi um dos fundadores do Instituto de Formação de Líderes (IFL).