O choque causado pelo novo coronavírus nas economias foi um efeito sentido praticamente no mundo inteiro. As medidas de distanciamento social e a paralisação de atividades frearam o desenvolvimento em diversas partes do mundo. Nesta quarta-feira, 12, foi a vez do Reino Unido conhecer o grau do tombo. Por lá, a economia encolheu 20,4% no segundo trimestre em relação ao período anterior. Essa é a maior contração de PIB informada por membros do G7, grupo das maiores economias do mundo, até o momento. Canadá e Japão ainda não reportaram seus resultados. O recuo histórico é a maior queda trimestral no Reino Unido desde 1955, segundo o departamento de estatísticas britânico.
A queda do PIB no segundo trimestre ficou quase exatamente em linha com a expectativa dos economistas e superou o recuo em outros países: a zona do euro tombou 12,1%, com recuo de 10,1% na Alemanha e de 18,5% na Espanha enquanto nos Estados Unidos o recuo foi de 9,5% – na comparação anualizada, o PIB dos EUA recuou 32,9%. O resultado do PIB brasileiro deve ser divulgado no dia 1º de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
No caso da economia britânica, o grande impacto no segundo trimestre ocorreu pelo endurecimento das medidas de distanciamento social. Boris Johnson, primeiro ministro, inicialmente minimizou os efeitos da pandemia. No entanto, a aceleração de casos, levando inclusive o próprio líder britânico a internação, mudou a reação do Reino Unido a doença. Tanto que os britânicos foram os últimos a flexibilizarem atividades após o lockdown. Houve sinais de recuperação no mês de junho, quando a produção cresceu 8,7% em relação a maio, disse a Agência Nacional de Estatísticas, pouco acima da expectativa de alta de 8% em pesquisa da Reuters. “A recessão provocada pela pandemia de coronavírus levou à maior queda no PIB trimestral já registrada”, disse Jonathan Atho, da agência de estatísticas. “A economia começou a se recuperar em junho… Apesar disso, o PIB em junho ainda permanece um sexto abaixo de seu nível em fevereiro, antes do vírus.”
Na semana passada, o banco central britânico projetou que levará até último trimestre de 2021 para que a economia retome seu tamanho anterior a pandemia, e alertou que o desemprego deve aumentar com força.
(Com Reuters)