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Referências de mercado, as 60 empresas que lideram seus setores no Brasil

Determinantes de tendências, capazes de tomar iniciativas. São as companhias que ocupam a ponta em suas áreas

Por Ernesto Yoshida
Atualizado em 3 jun 2024, 16h39 - Publicado em 26 abr 2024, 06h00
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  • Esta lista integra a reportagem As 100 empresas mais influentes do Brasil, capa da primeira edição de VEJA NEGÓCIOS. Clique aqui para conferir a lista completa.

    Accor

    A rede hoteleira comemora a volta dos turistas e planeja crescer ainda mais no Brasil

    O Brasil é um país importante para a rede hoteleira francesa Accor: aqui estão 332 dos 455 hotéis das Américas, o que torna a Accor a maior operadora do setor no país. A meta é acrescentar outros trinta empreendimentos em solo brasileiro até 2027. O grupo opera hotéis por conta própria e por meio de franquias nas categorias econômica, médio e alto padrão e luxo, com algumas marcas bem conhecidas, como Ibis, Mercure e Novotel. A Accor é dona de 5 600 hotéis em 110 países e sentiu a retração causada pela pandemia de covid-19. Desde o ano passado, no entanto, o turismo de lazer se recuperou e contribuiu para o grupo alcançar receita mundial de pouco mais de 5 bilhões de euros (cerca de 27 bilhões de reais). Nos próximos anos, a expectativa é que os segmentos de eventos e viagens de negócios retornem ao nível pré-pandemia.

    Águas do Rio

    A concessionária é responsável pelo saneamento básico de 10 milhões de moradores do estado do Rio de Janeiro

    A Águas do Rio tem alto impacto na qualidade de vida no estado do Rio de Janeiro. Desde novembro de 2021, a concessionária do grupo Aegea é responsável pelos serviços de fornecimento de água e coleta de esgoto de 27 municípios do Rio de Janeiro e de 124 bairros da capital fluminense. Atende a uma população de 10 milhões de usuários — o estado tem 16 milhões de habitantes. Seu plano é garantir água tratada para 99% da população e coleta e tratamento de esgoto para 90% até 2033, como estabelece o marco legal do saneamento básico. Para atingir a meta, são estimados investimentos de 24,4 bilhões de reais, além dos 15,4 bilhões de reais que a empresa pagou em outorga pela vitória no leilão de privatização. Um dos projetos mais importantes é o chamado cinturão de proteção contra o despejo de esgoto na Baía de Guanabara, um dos cartões-postais do Rio.

    Amaggi

    A empresa mantém uma estrutura complexa de operações vinculadas ao agronegócio

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    Em 2023, a Amaggi produziu 1,5 milhão de toneladas de soja, milho e algodão e negociou 20 milhões de toneladas de grãos. A companhia mantém escritórios no Brasil, na Argentina, na China, na Holanda, na Noruega, no Paraguai, em Singapura e na Suíça. É a maior empresa brasileira de grãos e fibras. Também atua em administração de portos, embarcações, fábricas e armazéns e geração e venda de energia solar fotovoltaica, conectada ao Sistema Interligado Nacional. Fundada em 1977 no Paraná, a empresa mudou-se para Mato Grosso dois anos depois. Em 2022, registrou receita de 47,4 bilhões de reais. O movimento mais recente foi a compra de participação de 50% na goiana Milhão Ingredients, que fornece grãos, farinhas e cremes de milho não transgênico para diversas multinacionais dos setores de alimentos e ração animal.

    Ambipar

    A multinacional brasileira de gestão ambiental tem operações nos seis continentes

    Prontidão: a Ambipar combate emergências e incêndios
    Prontidão: a Ambipar combate emergências e incêndios (Ambipar/Divulgação)

    Fundada em 1995, a Ambipar é uma multinacional brasileira que atua em gestão ambiental e resposta a emergências. Com presença em 40 países nos seis continentes — as operações no exterior foram responsáveis por 42% do faturamento no último trimestre de 2023 —, a empresa oferece uma ampla gama de serviços. Sob o conceito de economia circular, atua no tratamento, reúso e reciclagem de materiais. Além disso, é especializada na resposta a acidentes com produtos químicos e poluentes, combate a incêndios e emergências ambientais em diversas áreas, incluindo rodovias, ferrovias, aeroportos, portos, indústrias e mineradoras. Em 2023, a Ambipar teve uma receita líquida de 4,9 bilhões de reais, com um crescimento de quase 29% em relação ao ano anterior, e registrou um lucro de 179 milhões, um avanço de 64% sobre 2022.

    ArcelorMittal

    A siderúrgica global planeja investimentos de 25 bilhões de reais no Brasil até 2027

    Usina da ArcelorMIttal: fábricas em sete estados produzem 15,5 milhões de toneladas de aço por ano
    Usina da ArcelorMIttal: fábricas em sete estados produzem 15,5 milhões de toneladas de aço por ano (ArcelorMittal/Divulgação)

    Operando no Brasil desde 1921, a ArcelorMittal tem fábricas em sete estados, com capacidade para produzir 15,5 milhões de toneladas de aço bruto e 8,5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Como outras empresas do setor, o grupo comandado globalmente pelo bilionário indiano Lakshmi Mittal sentiu o impacto da queda da demanda industrial e da concorrência do aço exportado pela China. Mesmo assim, melhorou seu desempenho depois que os efeitos econômicos da pandemia de covid-19 abrandaram. O otimismo permitiu o anúncio de investimentos de 25 bilhões de reais no Brasil até 2027, começando pela compra da Companhia Siderúrgica do Pecém, no Ceará, por 11,4 bilhões de reais, em 2022. A aquisição, a primeira do grupo no Nordeste, levou em conta o potencial de instalação de um hub de hidrogênio verde no Porto do Pecém, o que ajudaria a ArcelorMittal a avançar em sua meta de reduzir em 25% as emissões de gases do efeito estufa até 2030.

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    Assaí Atacadista

    Após a saída do grupo francês Casino, a rede de atacarejo reforça o reconhecimento da marca

    Embora tenha sido fundado há cinquenta anos, em São Paulo, o Assaí Atacadista começou a se tornar nacionalmente conhecido há pouco mais de uma década, quando foi comprado pelo Grupo Pão de Açúcar e abriu as primeiras lojas no Ceará e no Rio de Janeiro. Desde então, a rede de atacarejo (combinação das palavras atacado e varejo) passou pelo controle do grupo francês Casino, alcançou 291 unidades em 24 estados e no Distrito Federal, e montou doze centros de distribuição. A empresa estima que, todo mês, 35 milhões de consumidores passem por suas lojas. Com a saída definitiva da francesa Casino, que vendeu sua participação no Assaí em 2023, o capital ficou pulverizado na bolsa de valores. O faturamento beirou 73 bilhões de reais no ano passado.

    Atlantica Hospitality International

    A administradora de hotéis diversifica os investimentos de olho na geração millennial

    O grupo Atlantica Hospitality International (AHI) administra alguns dos hotéis mais tradicionais do Brasil. A mais recente aliança, em 2021, incorporou 24 unidades da rede Transamerica. Fundada em 1998, a AHI opera no país as bandeiras Atlantica, Hilton, Radisson, Choice e Wyndham. Em 2014, foi adquirida pelo fundo de investimentos do bilionário húngaro-americano George Soros e pela Tao Capital Partners, dos Estados Unidos. A rede conta com cerca de 180 empreendimentos em sessenta cidades brasileiras e receitas líquidas sob gestão de 2,5 bilhões de reais. Atenta às novidades do setor de hospedagem, a Atlantica atua também na locação de residenciais com serviços agregados pagos por demanda — uma evolução do conceito de flats e apart-­hotéis e tendência entre a geração millennial.

    Azul

    A companhia aérea atinge receita recorde com bons indicadores de pontualidade e qualidade de serviços

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    No ar: com 183 aeronaves, a Azul transportou mais de 29 milhões de pessoas no ano passado
    No ar: com 183 aeronaves, a Azul transportou mais de 29 milhões de pessoas no ano passado (Gianfranco Beting/Azul/.)

    Em 2023, a companhia aérea Azul ficou em primeiro lugar em pontualidade e qualidade de serviços numa pesquisa de satisfação do Ministério de Portos e Aeroportos e manteve o menor índice de reclamações de passageiros em levantamento da Agência Nacional de Aviação Civil. A frota de 183 aeronaves faz 962 voos por dia, entre os 160 destinos cobertos pela companhia aérea, e transportou 29,2 milhões de pessoas em 2023. Foi um ano importante nos quinze anos de história da Azul. O faturamento atingiu o recorde de 18,7 bilhões de reais, com crescimento da receita por passageiro e do número de assentos oferecidos por quilômetro, dois importantes indicadores de desempenho. O lucro líquido chegou a 2,9 bilhões de reais, 155% a mais do que em 2022. Depois da retração causada pela pandemia de covid-19, os dados indicam a recuperação total da demanda de passageiros corporativos e internacionais.

    Bayer

    A subsidiária brasileira é a segunda maior operação do tradicional grupo químico e farmacêutico alemão

    A Bayer Brasil opera no segundo maior mercado agrícola mundial e no primeiro em medicamentos com e sem prescrição médica na América Latina para o grupo químico e farmacêutico alemão. A subsidiária está presente no país desde 1896. Com o crescimento do agronegócio brasileiro, a divisão Crop Science assumiu uma posição importante nos resultados operacionais e financeiros da matriz. O desempenho mundial do grupo em 2023, no entanto, foi ruim — agravado pela compra da Monsanto em 2018 — e pode acelerar um processo de reestruturação da companhia. Internamente, a empresa tem se esforçado em implementar políticas de inclusão nos postos de liderança, com 56% dos cargos ocupados por mulheres. A agrônoma Malu Nachreiner, por exemplo, foi a primeira mulher na presidência da Bayer Brasil, em 2021, e hoje lidera a área comercial na região Ásia-Pacífico.

    BRF

    A força das marcas Perdigão e Sadia é o trunfo da empresa para enfrentar uma fase difícil

    A BRF nasceu em 2009 da fusão entre Perdigão e Sadia, as duas marcas de alimentos mais conhecidas do Brasil à época. Após sucessivos erros de gestão, a empresa acumulou prejuízos. Desde 2021, o frigorífico Marfrig começou a comprar ações da BRF, até somar, no fim de 2023, uma participação de 50,06% na empresa concorrente. De acordo com a Marfrig, o aumento de sua participação acionária não visa alterar a atual composição do controle nem a estrutura administrativa da BRF. A fusão entre as duas companhias ainda é apenas uma especulação, mas é fato que a Marfrig já tem influência na estratégia e na gestão da BRF. Em 2023, os indicadores da BRF melhoraram, impulsionados pelo cenário econômico favorável, pela queda do preço das commodities e pela “disciplina financeira” — nas palavras da empresa. As marcas originais Perdigão e Sadia continuam muito fortes e outras, como a margarina Qualy, são líderes no mercado brasileiro. Os produtos da BRF são distribuídos em mais de 120 países.

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    Bunge

    A fusão com a canadense Viterra deve ampliar ainda mais a presença da maior exportadora de grãos do Brasil

    Fundada em 1818, na Holanda, a Bunge mudou sua sede global para St. Louis, no estado americano do Missouri, em 2019. No ano passado, a companhia deu mais uma tacada para consolidar sua posição na cadeia global de alimentos: a fusão com a canadense Viterra, empresa cuja principal acionista é a suíça Glencore. A operação resultou em um gigante agrícola com valor de mercado de 30 bilhões de dólares. No Brasil, a fusão deve ampliar ainda mais a musculatura da Bunge, que já é a maior exportadora de soja e milho do país — a Viterra é a terceira colocada em milho e a sétima em soja. Para garantir que a soja adquirida no Brasil não provenha de área de desmatamento, a Bunge rastreia integralmente as compras de fornecedores diretos no país. Até 2025, a meta é chegar a 100% de rastreamento também das compras de fornecedores indiretos.

    Cargill

    O gigante americano de alimentos com atuação global tem forte presença no Brasil

    Empresa que surgiu na cidade de Conover, estado americano de Iowa, em 1865, como um armazém de grãos, a Cargill atua hoje nas áreas de agricultura, indústria e serviços financeiros em mais de 125 países. É a maior companhia de capital fechado dos Estados Unidos, com uma receita de 177 bilhões de dólares, de acordo com a revista Forbes. No Brasil, onde está desde 1965, a empresa mantém 24 fábricas, 84 armazéns, transbordos e centros de distribuição, seis terminais portuários, dois centros de inovação e três escritórios, gerando cerca de 11 000 empregos diretos. A Cargill se destaca como uma das maiores processadoras e exportadoras de grãos do Brasil e vem investindo também na área de nutrição animal. Em 2022 (dados mais recentes divulgados), a subsidiária brasileira da Cargill teve uma receita líquida recordista de quase 126 bilhões de reais.

    Caterpillar

    Com 300 000 máquinas já fabricadas no Brasil, a empresa americana moderniza sua fábrica em Piracicaba

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    Linha de máquinas: a Caterpillar produz tratores para construção e mineração, motores e turbinas
    Linha de máquinas: a Caterpillar produz tratores para construção e mineração, motores e turbinas (José Fernando Ogura/AEN/.)

    A americana Caterpillar, líder mundial na fabricação de equipamentos para construção e mineração, motores a gás natural e diesel, turbinas a gás industrial e locomotivas elétricas e a diesel, começou sua trajetória no Brasil em 1962. A empresa chegou recentemente à marca de 300 000 máquinas de construção fabricadas no país. O feito foi alcançado com a conclusão de um investimento de 600 milhões de reais na modernização de sua fábrica em Piracicaba, no interior de São Paulo. Na unidade, foi instalada a maior linha de montagem de motoniveladoras da América Latina. A Caterpillar possui outras três fábricas no Brasil, localizadas em Curitiba e Campo Largo, no Paraná, e em Sete Lagoas, em Minas Gerais. Em 2023, a empresa teve globalmente uma receita líquida de 67 bilhões de dólares, com um lucro líquido de 10,3 bilhões de dólares.

    Cogna

    Com mais de 60 marcas, o grupo de educação tem 3 milhões de alunos e atinge mais 22 milhões de estudantes com seus sistemas de ensino e livros didáticos

    Maior grupo de educação do Brasil, a Cogna nasceu como um curso pré-vestibular, chamado Pitágoras, fundado por cinco jovens em Belo Horizonte, em 1966. Desde então, não parou de crescer. Em 2007, a empresa abriu o capital com um novo nome, Kroton Educacional. A aquisição da Unopar, em 2011, consolidou a posição de líder em educação a distância. Outro marco foi a incorporação da Anhanguera, em 2014. A marca Cogna surgiu em 2019 e consolidou a nova estrutura de negócios, que busca oferecer uma gama diversificada de soluções educacionais para diferentes públicos, da educação básica ao ensino superior, passando por ensino de idiomas, ensino profissionalizante e cursinhos preparatórios. Hoje o grupo conta com mais de 60 marcas e tem cerca de 3 milhões de alunos matriculados em suas escolas ou em escolas parceiras. Além disso, impacta direta ou indiretamente 22 milhões de estudantes com seus produtos e soluções, que incluem sistemas de ensino e livros didáticos. Em 2023, a receita líquida do grupo atingiu 5,9 bilhões de reais, 15,8% acima do ano anterior.

    CCR

    Focada em infraestrutura, planeja investir 28 bilhões de reais nas concessões rodoviárias

    Maior empresa de infraestrutura e mobilidade do Brasil, o Grupo CCR está presente em treze estados e conta com mais de 17 000 empregados. É responsável pela gestão de 3 600 quilômetros de rodovias, por onde circulam diariamente 2,5 milhões de veículos. Além disso, administra serviços de transporte de passageiros de metrô, trens, VLT e barcas, e detém vinte terminais de aeroporto sob sua gestão. A empresa anunciou recentemente um plano de investimento de 28 bilhões de reais na expansão e modernização de suas concessões rodoviárias, o que deve gerar 46 000 vagas de empregos diretos e indiretos. Entre os destaques dessas obras estão a ampliação da capacidade de tráfego da Rio-Santos e da Via Dutra e a duplicação da Rodovia Raposo Tavares no trecho entre as cidades paulistas de Mairinque, Sorocaba e São Roque.

    Coca-Cola

    A fabricante de bebidas assumiu um compromisso mundial com a segurança hídrica nas regiões em que atua

    Fábrica da Coca-Cola: a empresa de refrigerantes pretende alcançar 100% de uso circular da água até 2030
    Fábrica da Coca-Cola: a empresa de refrigerantes pretende alcançar 100% de uso circular da água até 2030 (Márcia Foletto/Agência O Globo/.)

    Para uma fabricante de bebidas, a água — de boa qualidade — é o insumo mais importante. Ciente disso, a Coca-Cola está empenhada em aumentar a segurança hídrica nos locais em que opera. Na última Conferência da Água da ONU, em 2023, a empresa anunciou três metas globais para acelerar suas iniciativas nessa área. Seu objetivo é, até 2030, alcançar 100% de uso circular ou regenerativo da água em 175 unidades industriais e trabalhar com parceiros para melhorar a saúde de 60 bacias hidrográficas relevantes para suas operações. No Brasil, o programa Água + Acesso, implementado desde 2017, já beneficiou mais de 170 000 pessoas em zonas rurais e de baixa renda, com ampliação do acesso e tratamento de água em 390 comunidades de dez estados. A empresa se comprometeu a ampliar a área de abrangência de seus programas de conservação, restauração e manejo sustentável da água.

    Colgate-Palmolive

    A América Latina responde por quase um quarto das vendas da companhia americana

    A Colgate-Palmolive começou sua história em 1806, quando o empresário William Colgate criou um pequeno negócio de vendas de sabonetes e velas em Nova York. Hoje a empresa fabrica e distribui produtos odontológicos, de higiene pessoal, de limpeza e alimentos para animais de estimação em mais de 200 países ao redor do mundo A América Latina — e o Brasil — tem sido uma região relevante. Representa em torno de 24% das receitas totais, que somaram 19,5 bilhões de dólares em 2023. No Brasil, a Colgate-Palmolive se tornou em 2022 a primeira empresa a conquistar a certificação True. Concedido pela Green Business Certification Inc. (GBCI), o selo assegura que mais de 90% dos resíduos gerados não vão para aterros, estimulando a economia circular. As duas fábricas da Colgate-­Palmolive no Brasil, em São Paulo e em São Bernardo do Campo, receberam o selo na categoria Platinum, a de maior exigência da GBCI.

    Cosan

    A empresa tem atuação no agronegócio, na distribuição de combustíveis e na logística

    Usina da Cosan: produtora de açúcar desde 1936, a companhia tem hoje 1,3 milhão de hectares de áreas agrícolas
    Usina da Cosan: produtora de açúcar desde 1936, a companhia tem hoje 1,3 milhão de hectares de áreas agrícolas (./Divulgação)

    A Cosan teve início em 1936, com uma usina de cana-de-açúcar em Piracicaba, no interior paulista. De 1986 em diante, a companhia adquiriu novas usinas e iniciou a exportação de açúcar. Ao longo dos anos, ampliou e diversificou seu portfólio. Hoje, investe em setores como agronegócio, distribuição de combustíveis e de gás natural, lubrificantes e logística. Em 2011, criou uma empresa em sociedade com a Shell, a Raízen, com atuação na produção de açúcar e etanol de cana e na distribuição de combustíveis. A Cosan possui hoje 35 parques de bioenergia, 1,3 milhão de hectares de áreas agrícolas e opera 14 000 quilômetros de linhas ferroviárias. Em 2023, registrou uma receita líquida de 39,4 bilhões de reais e um lucro líquido de pouco mais de 1 bilhão de reais.

    Cyrela

    Em momento favorável para imóveis de alto padrão, a construtora amplia lançamentos

    O ciclo de queda da taxa Selic, embora ainda em patamar elevado, tem motivado mais pessoas a contratar financiamentos bancários para investir em imóveis. Especializada em apartamentos de alto padrão, a incorporadora Cyrela tem aproveitado o momento favorável do mercado para fazer uma série de lançamentos. Em 2023, lançou, por exemplo, o prédio mais alto de sua história — batizado de On The Sky by Yoo, o edifício de 42 andares e 150 metros de altura vai ser erguido na Avenida Sumaré, no bairro paulistano de Perdizes. O valor geral de vendas do empreendimento é estimado em meio bilhão de reais. Em 2023, a Cyrela teve uma receita líquida 6,2 bilhões de reais, com alta de 16% em relação ao ano anterior. O lucro líquido foi de 942 milhões de reais. A cidade de São Paulo representou 62% do total vendido no ano, seguida pelo Rio de Janeiro, com 16%.

    Dasa

    Com mais de quarenta marcas de laboratórios, atende 23 milhões de pacientes por ano

    Fundada em 1961 por dois professores da Escola Paulista de Medicina, a Dasa (abreviatura de Diagnósticos da América S.A.) é hoje é uma das maiores empresas de saúde integrada do Brasil, tendo no Brasil mais de 1 000 unidades distribuídas por dezesseis estados e no Distrito Federal. A empresa também opera na Argentina, no Chile, na Colômbia e no Uruguai. Possui mais de quarenta marcas de laboratórios de medicina diagnóstica (como Delboni e CDPI), hospitais (entre eles, Nove de Julho e Hospital Brasília) e centros médicos. Ao todo, conta com 15 hospitais referências e 59 marcas, entre medicina diagnóstica e hospitais, distribuídas em centenas de unidades no Brasil. Para melhorar a experiência do cliente, a empresa lançou em 2021 uma plataforma digital, batizada de Nav, que permite ao paciente agendar exames, realizar consultas via telemedicina e acompanhar sua evolução clínica de forma centralizada. Em 2023, a Dasa teve uma receita líquida de 14,3 bilhões de reais.

    Eneva

    A maior operadora privada de gás natural do país quer descarbonizar o transporte rodoviário pesado

    Todo o gás: a Eneva, em sua operação do combustível, entrou para o ramo do transporte por caminhões
    Todo o gás: a Eneva, em sua operação do combustível, entrou para o ramo do transporte por caminhões (./Divulgação)

    Construir praticamente do zero um novo mercado: o de transporte rodoviário pesado de longa distância movido a gás natural liquefeito — ambição anunciada pela Eneva quando formalizou, no início de 2024, a compra de 180 caminhões Scania que rodam com esse combustível. São veículos até 20% menos poluentes do que os modelos a diesel. A ação dá uma boa ideia dos caminhos que a empresa vem seguindo. Surgida em 2001, como MPX Energia, a companhia adotou o nome e a composição atuais há exatos dez anos. Além de atuar na geração de energia, é a maior operadora privada de gás natural do país, com ativos localizados nos estados de Amazonas, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Goiás. E segue buscando novas oportunidades para um mercado que precisa de soluções capazes de contribuir na luta contra as mudanças climáticas.

    Engie

    Voltada para energia renovável, a multinacional francesa é a maior geradora privada de energia do Brasil

    A francesa Engie atua na geração, transmissão e comercialização de energia elétrica baseada em fontes renováveis — hidrelétrica, eólica, solar fotovoltaica e biomassa. É responsável por 6% da capacidade elétrica instalada no Brasil, ou cerca de 10 gigawatts, produzidos em 82 usinas. Atua também no transporte de gás, com 4 500 quilômetros de gasodutos nas regiões Norte e Nordeste, adquiridos da Petrobras em 2019. Presente em 31 países, a multinacional chegou ao Brasil em 1998, ao assumir a concessão para construção e operação de uma hidrelétrica em Goiás. Hoje é a maior geradora privada de energia do país e navega nas perspectivas de sucesso da transição energética para redução das emissões de carbono. Em 2023, o grupo se desfez de sua última usina termelétrica a carvão no Brasil, passando a ter 100% de sua capacidade instalada proveniente de fontes renováveis.

    Ecovias

    A concessionária de rodovias é a única do ramo a figurar na lista das 100 empresas mais bem avaliadas pelos consumidores

    A Ecovias é a concessionária que opera o sistema Anchieta-Imigrantes, o principal corredor de exportação da América Latina. Com 177 quilômetros de extensão, as rodovias conectam a região metropolitana de São Paulo ao Porto de Santos, ao Polo Petroquímico de Cubatão e à Baixada Santista. O sistema recebe mais de 60 milhões de veículos por ano — 5 milhões somente no período entre o Natal e o Carnaval. A Ecovias pertence à EcoRodovias, a maior operadora de rodovias do Brasil em extensão, com 4 700 quilômetros em oito estados. Em 2023, a Ecovias foi eleita a melhor empresa em satisfação dos clientes no segmento rodoviário, em pesquisa realizada pelo Instituto Mesc, especializado em comportamento do consumidor, em parceria com o Google. Foi a única concessionária de rodovias a figurar entre as 100 companhias mais bem avaliadas pelos consumidores no Brasil.

    EMS

    Pioneira em produção de genéricos, a farmacêutica brasileira exporta medicamentos para mais de quarenta países

    Primeira empresa a produzir medicamentos genéricos no Brasil, em 2000, a EMS também foi pioneira na exportação de produtos para a Europa, em 2005. E foi a responsável por desenvolver a versão financeiramente acessível de medicamentos como a ciclosporina, um imunossupressor de alta complexidade utilizado para combater a rejeição de órgãos transplantados. Suas origens estão no ABC paulista. O antecedente foi uma farmácia inaugurada em Santo André, em 1950. Em 1964, nasceu com a construção de uma fábrica em São Bernardo do Campo. Hoje, tem produtos para praticamente todas as áreas da medicina e exporta para mais de quarenta países. Recentemente, anunciou que até 2025 vai investir 150 milhões de reais em tecnologia, incluindo um centro de soluções digitais.

    GM

    Para eletrificar seus carros, a montadora vai investir 7 bilhões de reais no Brasil até 2028

    Fábrica da GM: prestes a completar 100 anos de atuação no país, a empresa vai renovar todo o portfólio
    Fábrica da GM: prestes a completar 100 anos de atuação no país, a empresa vai renovar todo o portfólio (Dado Galdieri/Bloomberg/Getty Images)

    Em termos globais, a americana GM assumiu um compromisso público: até 2035, todos os automóveis que produz serão movidos a eletricidade, incluindo os modelos comercializados no Brasil. A empresa completa um século de atuação no país em janeiro do próximo ano. Em 2023, a GM teve motivos para celebrar por aqui: a marca Chevrolet vendeu 328 000 veículos, um aumento de 12,6% em relação a 2022 e acima do crescimento médio do mercado, de 11,5%. Em janeiro, a empresa prometeu investir 7 bilhões de reais no país até 2028. Os recursos serão aplicados na renovação completa do portfólio de veículos, no desenvolvimento de tecnologias específicas para o mercado nacional e na criação de novos negócios. A GM tem quatro fábricas no país: em São Caetano do Sul (SP), São José dos Campos (SP), Gravataí (RS) e Joinville (SC).

    Goodyear

    Pneus produzidos totalmente com material reciclável começam a se tornar realidade

    Com uma das mais conhecidas marcas globais de pneumáticos, a americana Goodyear vem apostando em uma linha de produtos sustentáveis. Um dos exemplos é um pneu feito a partir de dezessete ingredientes, a maioria reciclável, como óleos de soja e girassol e casca de arroz. Segundo a empresa, a vida útil desse pneu alcança até 500 000 quilômetros, muito acima da média dos modelos convencionais, que costuma girar em torno de 60 000 quilômetros. Além disso, o pneu oferece ganhos em quilometragem, tração e dirigibilidade em piso molhado. A proposta de substituir ingredientes de origem fóssil já é aplicada no país no modelo Wrangler Workhorse AT, utilizado em picapes e SUVs e fabricado em Americana, no interior de São Paulo, onde a Goodyear possui uma fábrica há cinquenta anos. O plano da empresa é apresentar ao mercado um produto 100% sustentável até o final da década.

    Hapvida

    O desafio da maior operadora de saúde da América Latina é consolidar sua expansão

    A Hapvida começou em 1979 como uma pequena clínica em Fortaleza, no Ceará. Em 1993, iniciou as atividades de operadora de saúde suplementar. Nos anos seguintes, realizou diversas aquisições para expandir a base de clientes e a infraestrutura de atendimento. Em 2018, abriu seu capital e, quatro anos depois, concluiu a fusão com a NotreDame Intermédica, criando a maior operadora de saúde da América Latina. A rede conta hoje com 87 hospitais, 77 unidades de pronto atendimento, 339 clínicas e 293 unidades de diagnóstico, totalizando 796 unidades próprias. Em 2023, faturou 27,4 bilhões de reais e teve um lucro líquido de 846 milhões de reais. O desafio agora é concluir a integração com a NotreDame Intermédica e com outras aquisições — juntas, elas incorporaram cinquenta empresas nos últimos cinco anos — para aproveitar melhor as possíveis sinergias.

    Hypera Pharma

    Líder em faturamento no setor farmacêutico do país investe em ações de marketing esportivo com a marca Neo Química

    Laboratório da Hypera Pharma: a empresa de remédios tem entre suas marcas, desde 2009, a Neo Química
    Laboratório da Hypera Pharma: a empresa de remédios tem entre suas marcas, desde 2009, a Neo Química (./Divulgação)

    Maior empresa farmacêutica do Brasil em receita líquida — 7,9 bilhões de reais em 2023 —, a Hypera Pharma nasceu em 2001 com o nome Hypermarcas. Assumiu a atual denominação em 2017. Entre seus medicamentos estão vários nomes familiares para os consumidores, como Alivium, Benegrip e Engov. Ao longo de sua trajetória, adquiriu diversas empresas do setor, como a Neo Química, em 2009. Com um portfólio de mais de 400 produtos, a Neo Química é líder em medicamentos genéricos e está presente em 96% das farmácias do país. Entre as ações de incentivo à prevenção e ao bem-estar, a Hypera Pharma realiza investimentos em esportes, incluindo o patrocínio a clubes tradicionais do país — em 2020, adquiriu os naming rights do estádio do Corinthians, em São Paulo, um contrato de 300 milhões de reais que se estende até 2040.

    IBM

    Tradicional em tecnologia, é umas das líderes globais no avanço da inteligência artificial

    O Brasil, primeiro país fora dos Estados Unidos a ganhar uma unidade da IBM, em 1917, é uma das filiais onde a multinacional apresenta maior crescimento. Um dos motivos é a procura por aplicações em inteligência artificial, especialmente por parte de setores que demandam alto grau de automação, como bancos, indústrias e empresas de telecomunicação. A inteligência artificial não é algo novo, mas agora alcançou alto grau de maturidade e facilidade de adoção, graças ao trabalho de empresas como a IBM, que tem tratado a nova tecnologia como prioridade em sua estratégia de negócios. A IBM tem mais pedidos de patentes relacionadas à inteligência artificial generativa (um tipo de IA capaz de gerar novos conteúdos, como textos, vídeos e imagens) do que gigantes do setor, como Google e Microsoft.

    Klabin

    Líder na produção e exportação de papéis para embalagens, a empresa conclui em 2023 seu maior projeto de expansão

    Nova fase: o projeto Puma II, no interior do Paraná, é o maior já feito pela Klabin, ao custo de 13 bilhões de reais
    Nova fase: o projeto Puma II, no interior do Paraná, é o maior já feito pela Klabin, ao custo de 13 bilhões de reais (Klabin/Divulgação)

    No ano em que completa 125 anos, a fabricante de papéis Klabin, fundada em 1889, em São Paulo, por imigrantes lituanos, desenvolve uma estratégia baseada em corte de custos administrativos e busca de autossuficiência de 75% em madeira. O anúncio da compra dos ativos florestais da chilena Arauco no Paraná, por 1,16 bilhão de dólares, em dezembro de 2023, está em linha com essa proposta. Se for aprovada pelos órgãos regulatórios, agregará 85 000 hectares de áreas de mata produtivas e 31,5 milhões de toneladas de madeira em pé, além de máquinas e equipamentos florestais. Maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, a Klabin concluiu no ano passado o maior projeto de expansão de sua história, o Puma II, um complexo industrial em Ortigueiras, no Paraná, que demandou investimentos de quase 13 bilhões de reais.

    Kenvue

    A divisão de consumo da Johnson & Johnson virou uma empresa independente, com marcas presentes em 72% dos lares brasileiros

    Em maio de 2023, a Kenvue realizou sua abertura de capital na Bolsa de Valores de Nova York. Surgiu então, a partir da antiga divisão de consumo da Johnson & Johnson, uma empresa independente, que em seu primeiro ano de existência obteve 15,4 bilhões de dólares em vendas líquidas globalmente e 1,3 bilhão de dólares na América Latina. O Brasil é a quarta maior operação da companhia no mundo. Dona das marcas Neutrogena, Tylenol, Listerine e Band-Aid, além da própria Johnson’s, a Kenvue (pronuncia-se “ken-viu”) está presente em 72% dos lares brasileiros. Na esfera social, participou do lançamento da “Declaração de São Paulo sobre Autocuidado para Cobertura Universal de Saúde”, que tem como objetivo apoiar a Resolução Global da Organização Mundial da Saúde sobre a importância do autocuidado para melhorar a qualidade da saúde, individual e pública.

    Latam

    A companhia aérea tem alta do número de passageiros e lidera o mercado brasileiro, com voos para 140 aeroportos

    Em fevereiro de 2024, a Latam alcançou sua maior participação no mercado brasileiro desde julho de 2013, com 40,5% do mercado doméstico e 23,6% dos voos internacionais, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A companhia aérea, cuja origem remonta à década de 1960, com a criação da Táxi Aéreo Marília (TAM), oferece atualmente voos para mais de cinquenta aeroportos em território brasileiro e também leva passageiros a noventa aeroportos em outros países. Em 2023, transportou 74 milhões de passageiros, alta de 18% em relação ao ano anterior — sinal de que a crise provocada no setor aéreo pela pandemia está ficando para trás. A empresa chegou a entrar com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, em julho de 2020, mas concluiu o processo em novembro de 2022. Teve um lucro líquido de 582 milhões de dólares em 2023.

    Localiza

    A locadora de carros mineira investe em inovação para se consolidar como plataforma completa de mobilidade

    Pátio da Localiza: investimento em tecnologia gerou novos negócios, em meios 100% digitais
    Pátio da Localiza: investimento em tecnologia gerou novos negócios, em meios 100% digitais (./Divulgação)

    Surgida em Belo Horizonte em 1973, com seis Fuscas usados e financiados, a Localiza tem hoje uma frota de 606 000 carros e 908 pontos físicos de atendimento. Atua na locação de veículos, gestão de frotas, venda de seminovos e serviço de assinatura de carros. Nos últimos anos, tem investido em inovação para se consolidar como uma plataforma completa de mobilidade. Esse esforço resultou na criação, em 2020, de um laboratório de ciências de dados, o Localiza Labs. Dali saíram iniciativas como a Localiza Fast, que oferece um serviço 100% digital, da reserva ao acesso ao carro, e o Meoo, um serviço de assinatura para pessoas físicas e pequenas empresas. O investimento em internet das coisas e telemetria levou também a um avanço na precisão da gestão de frotas em tempo real.

    M.Dias Branco

    A cearense que é líder em massas e biscoitos fortalece o alcance nacional de suas marcas e investe em educação alimentar

    Com dezessete complexos industriais e 28 centros de distribuição próprios, a M.Dias Branco começou como uma padaria fundada pelo imigrante português Manuel Dias Branco em Fortaleza, no Ceará, na década de 1940. Hoje fabrica e comercializa biscoitos, massas, farinhas e farelo de trigo, margarinas e gorduras vegetais, entre outros produtos, exportados para mais de quarenta países. Tem investido no reforço do alcance nacional de suas marcas, que incluem Piraquê, Adria, Vitarella e Fortaleza. A empresa mantém um programa de apoio ao terceiro setor e combate à fome. Em 2023, o projeto Nutrir o Amanhã liderou a doação de 3 364 toneladas de alimentos para 115 instituições. Em março deste ano, lançou a plataforma Alimentação Transforma, uma iniciativa que pretende beneficiar 10 milhões de pessoas com informações úteis para melhorar a qualidade da alimentação.

    Marcopolo

    Com demanda por soluções sustentáveis, a empresa aposta mais em ônibus elétricos

    Vendas em alta: a fabricante gaúcha Marcopolo obteve uma receita 23% maior com seus coletivos no ano passado
    Vendas em alta: a fabricante gaúcha Marcopolo obteve uma receita 23% maior com seus coletivos no ano passado (Marcopolo/Divulgação)

    Receita líquida de 6,7 bilhões de reais em 2023, um avanço de 23% em relação ao ano anterior, e recorde de lucro líquido, de quase 811 milhões de reais, 86% acima do registrado em 2022. O bom momento financeiro da Marcopolo, fabricante de carrocerias de ônibus surgida em Caxias do Sul (RS), em 1949, tem contribuído para as ações da companhia estarem em alta há mais de um ano. A expectativa do mercado, de que o lucro ultrapasse os 900 milhões de reais em 2024, alimenta a euforia. Enquanto aproveita a fase favorável, a companhia se mantém atenta à demanda por soluções em mobilidade sustentável. Diferentes cidades do país, incluindo as capitais Porto Alegre, Goiânia e Cuiabá, estão testando ônibus elétricos desenvolvidos pela Marcopolo, uma de suas novas apostas. O plano é produzir 1 000 ônibus elétricos em 2024.

    Multiplan

    Aos 50 anos, a administradora de shopping centers comemora retomada e 1 bilhão de reais de lucro obtido em 2023

    Em 2023, os shopping centers brasileiros alcançaram um faturamento de quase 195 bilhões de reais, 1% acima do apurado em 2019, o último ano antes do início da pandemia. O momento é de retomada, especialmente para a Multiplan, que está completando 50 anos e terminou o ano passado com um nível elevado de ocupação: 96,3%, muito próximo dos 98% registrados no fim de 2019. A Multiplan obteve um lucro líquido de 1 bilhão de reais em 2023, mais que o dobro do registrado nos quatro anos anteriores. Seu portfólio inclui vinte shopping centers, entre eles o MorumbiShopping (São Paulo), o BarraShopping (Rio de Janeiro) e o ParkShopping (Brasília), além de dois complexos de torres corporativas. Ao todo, seus empreendimentos abrigam mais de 6 000 lojas, que recebem em torno de 200 milhões de visitantes por ano.

    MRV

    A maior construtora para as classes média e média baixa investe também nos esportes

    A MRV, líder em construção habitacional para as classes média e média baixa, oferece imóveis em mais de 160 cidades do Brasil e já lançou mais de 400 000 casas e apartamentos em 22 estados e no Distrito Federal. Surgida em Minas Gerais em 1979, é a construtora com mais empreendimentos feitos para o programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Nos últimos anos, a MRV tem investido em inovação, com iniciativas como a proptech (startup imobiliária) Luggo, focada em oferecer aluguel residencial. Para promover sua marca, aposta, desde 1995, no apoio aos esportes, entre os quais vôlei, basquete, automobilismo, natação, futebol de salão — e, claro, futebol. Em 2023, a Arena MRV, erguida pela construtora em Belo Horizonte, foi apontada como o estádio do ano pelo Stadium DB, plataforma on-line especializada em conteúdo sobre grandes arenas esportivas.

    Natura

    A empresa de cosméticos se mantém há dez anos em primeiro lugar em um ranking de reputação corporativa

    Em 2014, quando da publicação do primeiro ranking de reputação corporativa da Merco, uma instituição global de referência no tema, a empresa brasileira de cosméticos Natura ficou em primeiro lugar. Em 2023, na décima edição do ranking, também — assim como nas demais edições. A empresa é, de fato, respeitada por sua proposta que abrange conceitos de ESG muito antes de a sigla ser popularizada. Atualmente, a Natura orienta suas ações com base no conceito de restauração: da vida, das pessoas, das comunidades e da natureza. Nesse contexto, a Amazônia ganha atenção especial, com iniciativas para levar geração de renda e desenvolvimento sustentável a comunidades locais. Ao utilizar em seus produtos ingredientes da biodiversidade amazônica, a Natura já movimentou 2,5 bilhões de reais em negócios e ajudou a preservar 2 milhões de hectares de florestas na região.

    Nestlé

    Presente no Brasil há um século, a multinacional suíça de alimentos vai investir 6 bilhões de reais até 2025

    Produção da Nestlé: suas marcas estão em 99% dos lares brasileiros, que formam seu terceiro maior mercado
    Produção da Nestlé: suas marcas estão em 99% dos lares brasileiros, que formam seu terceiro maior mercado (Ana Paula Paiva/Valor/Agência O Globo/.)

    Expansão das unidades fabris, com a aplicação de novas tecnologias, ampliação do portfólio e avanço da agenda de sustentabilidade. Essas são as prioridades da Nestlé para o Brasil, em 2024 e 2025 — período em que a multinacional suíça planeja investir cerca de 6 bilhões de reais nas operações por aqui. Desde 1921 no país, seus produtos estão presentes em 99% dos lares brasileiros, que representam o terceiro maior mercado do mundo para a empresa. Neste ano, a Nestlé vai inaugurar uma nova linha da marca de chocolates KitKat na fábrica de Caçapava, no interior paulista. A expansão das atividades alcança também o mercado pet, com a construção da segunda fábrica da marca Purina no país, localizada em Vargeão, Santa Catarina. A nova unidade, um empreendimento de 2,5 bilhões de reais, foi projetada para operar no conceito de indústria 4.0, com linhas automatizadas e robôs.

    P&G

    Uma das mais tradicionais companhias de bens de consumo aposta em inovação para avançar

    Desde que foi fundada nos Estados Unidos, há 187 anos, a Procter & Gamble se especializou em identificar demandas dos consumidores em suas residências — o esforço resultou no surgimento ou na aquisição de marcas populares como Gillette, Pantene, Pampers, Ariel e Oral-B. O foco em inovação continua garantindo a resiliência da companhia, inclusive na operação brasileira. Além de manter centros de pesquisa e desenvolvimento, a companhia criou o P&G Ventures, um centro que identifica problemas de consumo e busca parceiros capazes de contribuir com soluções. Em meados de 2023, inaugurou uma fábrica na cidade de Seropédica, na Baixada Fluminense, resultado de um investimento de 600 milhões de reais. Com a nova unidade industrial, a P&G reduz sua necessidade de importações e poderá produzir no estado do Rio de Janeiro cerca de 90% dos itens que vende no país.

    Pirelli

    A fabricante de pneus instala no Brasil novo laboratório capaz de exportar tecnologia

    Para o mundo: a Pirelli envia um terço do que produz a outros mercados, em especial o americano, e investe para exportar mais
    Para o mundo: a Pirelli envia um terço do que produz a outros mercados, em especial o americano, e investe para exportar mais (Pirelli/Divulgação)

    A italiana Pirelli segue investindo em suas operações no Brasil. Seu centro de distribuição em Campinas (SP) será ampliado para estocar 800 000 unidades de pneus, resultado de um investimento de 200 milhões de reais e com previsão de inauguração em 2025. Os recursos também foram utilizados para construir um novo laboratório de desenvolvimento na unidade, que já está em operação e conta com cerca de 200 engenheiros. A missão deles é desenvolver tecnologias que poderão ser, inclusive, exportadas. Um terço da produção da Pirelli no Brasil já é vendido para o exterior, especialmente para os Estados Unidos. Globalmente, a companhia foi reconhecida no início deste ano entre o “Top 1%” do ranking de sustentabilidade da empresa americana de informações financeiras S&P Global — foi a única do setor de componentes automotivos a figurar na lista, que analisou 9 400 companhias.

    Philips

    A tradicional fabricante holandesa de eletroeletrônicos concentra seus esforços em equipamentos e soluções para saúde

    Surgida na Holanda como uma fabricante de lâmpadas e conhecida pelo vasto portfólio de produtos eletrônicos, a Philips investe na área de saúde desde a Primeira Guerra Mundial, quando desenvolveu um serviço de reparação de aparelhos radiográficos. No Brasil desde 1924, a empresa tem uma fábrica em Varginha, no sul de Minas Gerais, onde monta equipamentos médicos para raio X, ressonância magnética, tomografia e ultrassom, entre outros. Os equipamentos e serviços para cuidados de saúde assumiram um papel central. A empresa, por exemplo, deixou de fabricar televisores em 2011, devido à forte competição asiática — algumas parceiras ainda utilizam a logomarca holandesa em produtos licenciados. O foco da Philips está em áreas como cuidados cardiovasculares, monitoramento de pacientes, diagnóstico por imagem, informática clínica e aplicações que utilizam inteligência artificial.

    Porto Seguro

    Com o maior lucro em quase oitenta anos, a companhia aposta na expansão de serviços

    Perto de completar oitenta anos (foi fundado em 1945), o grupo Porto (ex-Porto Seguro) conta com 13 000 colaboradores diretos, 13 000 prestadores de serviços, mais de 35 000 corretores parceiros e 15,9 milhões de clientes. Em 2023, obteve o maior lucro líquido de sua história: 2,26 bilhões de reais, o dobro do registrado no ano anterior. O ótimo desempenho é atribuído à recomposição dos preços e ao crescimento em todas as verticais em que o grupo atua: seguros, saúde, banco e serviços. A receita total foi de quase 32 bilhões de reais, um avanço de 16% em relação ao ano anterior. Para 2024, a grande aposta é a vertical Porto Serviço, lançada no ano passado, e vista com grande potencial de expansão geográfica. O portfólio de serviços prestados abrange desde assistência residencial até serviços de eletricista, encanador e conserto de eletrodomésticos.

    Rede D’Or

    A maior rede privada de assistência médica do país investe em parque robótico

    Hospital da Rede D’Or: as cirurgias com auxílio de robôs estão disponíveis para diversas áreas, em dezessete unidades
    Hospital da Rede D’Or: as cirurgias com auxílio de robôs estão disponíveis para diversas áreas, em dezessete unidades (Rede D’Or/Divulgação)

    A cirurgia robótica, uma das tecnologias mais avançadas na medicina, é realizada por uma equipe médica com o auxílio de um robô. No Brasil, ninguém tem investido nessa ferramenta tanto quanto a Rede D’Or, maior rede privada de assistência médica do país. Dona do maior parque do gênero na América Latina, a empresa tem dezoito robôs, disponíveis em dezessete hospitais. A cirurgia robótica é oferecida para procedimentos nas áreas de urologia, ginecologia, cirurgia geral e bariátrica. Mas não é somente por isso que a Rede D’Or se destaca. Fundada em 1977 no Rio de Janeiro, a rede conta hoje com 73 hospitais e 55 clínicas oncológicas espalhados por treze estados. Em 2022, comprou a operadora de planos de saúde SulAmérica por 13 bilhões de reais, reforçando a consolidação do setor de saúde vista após a pandemia. Em 2023, faturou perto de 47 bilhões de reais e lucrou 2,2 bilhões.

    Renner

    Depois de 32 anos na empresa, o executivo José Galló deixa a rede varejista, que hoje tem mais de 650 lojas em todo o Brasil

    Loja da Renner: com ações pulverizadas na bolsa de valores desde 2005, a empresa não tem controlador
    Loja da Renner: com ações pulverizadas na bolsa de valores desde 2005, a empresa não tem controlador (Lucas Jones Dias/Divulgação)

    A notícia mais importante divulgada durante a apresentação dos resultados do quarto trimestre de 2023, em março deste ano, não estava nos números: depois de 27 anos como diretor-presidente e cinco no comando do conselho de administração, José Galló anunciou sua saída da Renner. Quando ele assumiu a empresa, em 1991, a Renner era uma rede gaúcha que valia aproximadamente 1 milhão de reais e tinha oito unidades. Reposicionada como um ecossistema de moda, apoiado por uma rede de mais de 650 unidades em todo o país, a Renner tem hoje valor estimado na casa dos 15 bilhões de reais. Desde 2005, quando abriu o capital na bolsa, a varejista não tem controlador. A saída de Galló, passadas três décadas, acontece num momento de recuperação nos resultados — lucro líquido de 527 milhões de reais no último trimestre de 2023, depois de uma sequência de trimestres ruins.

    Riachuelo

    Apoio ao desenvolvimento de algodão agroecológico e incentivo a empreendedores do sertão estão entre as ações da empresa

    Como tem acontecido nos últimos anos, as ações sociais e ambientais seguem importantes para a Riachuelo, rede varejista que pertence ao Grupo Guararapes. Desde 2021, a empresa mantém o Instituto Riachuelo, que incentiva uma série de iniciativas que impactam cerca de 250 pequenos e médios empreendedores, gerando benefícios diretos e indiretos para 50 000 moradores do sertão do Rio Grande do Norte — estado onde a companhia teve início, em 1947. As ações envolvem também uma parceria com a Embrapa para desenvolver algodão agroecológico — sem uso de agrotóxicos e voltado para a agricultura familiar — no sertão potiguar. Durante o festival de música Lollapalooza, em São Paulo, a empresa divulgou a marca Pool Jeans, cujo processo de lavagem utiliza até 70% menos água do que a de jeans tradicionais. O Grupo Guararapes tem 400 lojas (incluindo as marcas Riachuelo e Carter’s, de moda infantil) e faturou 8,8 bilhões de reais em 2023.

    Sabesp

    Às voltas com o processo de privatização, a empresa paulista de saneamento persegue meta de universalizar os serviços

    Maior empresa de saneamento da América Latina, atendendo 375 dos 645 municípios paulistas, incluindo a capital, a Sabesp hoje alcança 98% de cobertura em abastecimento de água potável, 92% em coleta de esgoto e 79% em tratamento de esgoto. A meta federal, para todo o Brasil, é chegar à universalização dos serviços até 2033. Em fevereiro deste ano, o governo paulista, acionista majoritário da Sabesp, com 50,3% de participação, colocou em consulta pública uma minuta de contrato relacionado à privatização da estatal. O plano prevê investimentos de 68 bilhões de reais para universalizar o saneamento no estado até 2029. A proposta, no entanto, enfrenta resistência. Há os que consideram não fazer sentido privatizar uma empresa rentável. Em 2023, a Sabesp faturou 25,6 bilhões de reais e teve um lucro líquido de 3,5 bilhões de reais.

    Shell

    Ao mesmo tempo que bate recorde de produção de petróleo, a empresa mantém investimentos em transição energética

    Posto de combustível da Shell: a empresa planeja tornar 1 000 unidades aptas a fazer recarga de carros elétricos
    Posto de combustível da Shell: a empresa planeja tornar 1 000 unidades aptas a fazer recarga de carros elétricos (Victor Moriyama/Bloomberg/Getty Images)

    A transição energética é inevitável, mas as vendas de combustíveis fósseis continuarão relevantes por um tempo. É com base nesse pressuposto que a Shell atua. A empresa britânica, fundada em 1897 e presente no Brasil desde 1913, prevê sustentar nos próximos anos a produção média de 400 000 barris de óleo ao dia por aqui — em julho de 2023, a multinacional bateu o próprio recorde no país ao alcançar a marca de 458 000 barris diários. A Shell é a segunda maior produtora de petróleo do Brasil, atrás apenas da Petrobras. Ao mesmo tempo, de olho no futuro, a companhia britânica investe em ações na direção de apoiar a eletrificação da frota e gerar energia elétrica de fontes renováveis, especialmente a solar. Em termos globais, a Shell pretende transformar 1 000 postos de combustíveis em postos de recarga para carros elétricos até o fim de 2025.

    Siemens

    Com longa trajetória no Brasil, o grupo alemão reorganizou negócios e reforçou sua atuação voltada para a área de energia

    Criada em 1847 em Berlim, na Alemanha, e com atuação no Brasil desde 1867, a Siemens tem se transformado radicalmente nos últimos anos. O conglomerado, que atua na produção de uma ampla diversidade de equipamentos, de material elétrico a sistemas de automação industrial, reorganizou suas áreas de negócios, especialmente a de energia. Desde 2020, esta passou a atuar de forma independente e herdou duas décadas de investimentos em componentes para turbinas eólicas. No Brasil, a empresa planeja alcançar uma carteira de pedidos de 5 bilhões de reais em 2027, o dobro do valor registrado em 2022. O crescimento deverá se dar com o fornecimento de equipamentos e serviços para setores tão diversos como os de saneamento, portos, agronegócio e infraestrutura.

    SLC Agrícola

    A empresa gaúcha é conhecida por ser inovadora na produção e quer a conciliação de produtividade e sustentabilidade

    O agronegócio perdeu participação no PIB brasileiro em 2023, quando fechou com uma fatia de 23,8%, ante 25,2% no ano anterior. O recuo, atribuído à queda de preços dos principais produtos, podia ter sido maior, dadas as condições climáticas e o contexto internacional desfavorável. Especializada em produção de soja, algodão e milho, com operações também na pecuária, a gaúcha SLC Agrícola não passou incólume ante o momento adverso. Mesmo com queda de quase 30% em relação ao ano anterior, obteve um lucro líquido de 938 milhões de reais em 2023. A empresa é conhecida por introduzir técnicas inovadoras na produção, como a integração lavoura-pecuária — sistema que combina atividades agrícolas (como o cultivo de grãos) e pecuárias (como a criação de gado) em uma mesma área, melhorando a fertilidade do solo e permitindo o uso mais eficiente dos recursos.

    Smart Fit

    Recuperada do tombo provocado pela pandemia, a rede pretende abrir até 260 novas academias em 2024

    Em boa forma: maior rede de academias esportivas fora dos Estados Unidos, a Smart Fit está investindo em nova expansão
    Em boa forma: maior rede de academias esportivas fora dos Estados Unidos, a Smart Fit está investindo em nova expansão (./Divulgação)

    Uma das empresas com a história mais recente desta lista de mais influentes, a Smart Fit surgiu em 2009 com a proposta de facilitar o acesso à atividade física com qualidade e preços populares. Hoje, é a maior rede de academias esportivas fora dos Estados Unidos, com capital aberto na B3 desde 2021. A meta para 2024 é acelerar a expansão, com a abertura de 240 a 260 novas academias, o que vai demandar um investimento de 1,3 bilhão de reais. O lucro líquido de quase 1,2 bilhão de reais em 2023 aponta para os caminhos que a empresa pretende seguir, depois de dois anos de prejuízos, provocados em parte pela crise desencadeada pela pandemia. Uma das formas encontradas para reduzir custos e incentivar ações sustentáveis é o investimento em energia solar para abastecimento das unidades.

    Stellantis

    O grupo promete fazer o maior investimento da indústria automobilística brasileira

    Montagem em fábrica da Stellantis: desenvolver modelos híbridos e elétricos é o novo objetivo
    Montagem em fábrica da Stellantis: desenvolver modelos híbridos e elétricos é o novo objetivo (FIAT/Divulgação)

    A Stellantis, montadora proprietária de marcas como a italiana Fiat, a americana Jeep, e as francesas Peugeot e Citroën, anunciou o plano de investir 30 bilhões de reais em suas fábricas no Brasil de 2025 a 2030. Esse é o maior valor já divulgado de investimento na indústria automobilística brasileira. O objetivo é utilizar os recursos para lançar pelo menos quarenta produtos, além de desenvolver tecnologias de descarbonização em suas linhas de veículos. Há também o interesse em aprimorar a tecnologia bio-hybrid, que combina eletrificação com motores flex movidos a etanol. Presente em mais de trinta países e com consumidores em mais de 130 mercados, a Stellantis, como outras empresas do setor, tem direcionado capital para as diversas possibilidades da eletrificação de automóveis, como parte dos esforços para o enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas.

    Suez

    A companhia francesa atua para ampliar o acesso a água potável e tratamento de esgoto

    Criada em 1858, a Suez é uma empresa francesa com negócios em setores como abastecimento de água, tratamento de esgoto e tecnologias limpas. Operando em quarenta países, a Suez forneceu, em 2022, água potável para 68 milhões de pessoas, serviços de esgotamento sanitário para mais de 37 milhões e gerou energia elétrica a partir de lixo e esgoto em diferentes regiões do mundo. No Brasil, onde está desde 1938, atua principalmente como parceira estratégica das operadoras de saneamento na gestão de redes de água e esgoto, oferecendo soluções para redução de perdas, controle e monitoramento de água. Um exemplo de sucesso da Suez no Brasil é o Projeto Olinda + Água, implantado em parceria com a Companhia Pernambucana de Saneamento. Concluído em 2021, o projeto garantiu o abastecimento regular de água para 245 000 moradores de Olinda que enfrentavam escassez hídrica.

    Suzano

    Líder global na produção de celulose, a empresa centenária faz parte da vida de 2 bilhões de consumidores em 100 países

    Fundada há 100 anos, a Suzano, maior fabricante de celulose do mundo, está também entre as maiores produtoras de papéis da América Latina. Os produtos da companhia fazem parte da vida de mais de 2 bilhões de pessoas na forma de itens como lenços de papel, fraldas e absorventes, papel higiênico, livros, cadernos e embalagens, distribuídos em mais de 100 países. Em 2023, a companhia investiu 18,6 bilhões de reais, o maior desembolso realizado em sua história. Parte dos recursos foi aplicada no Projeto Cerrado, a construção de uma fábrica de celulose no município de Ribas do Rio Pardo, em Mato Grosso do Sul. A fábrica, que deve ficar pronta em junho de 2024, vai entregar 2,5 milhões de toneladas de celulose por ano, ampliando a capacidade instalada da Suzano para 13,5 milhões de toneladas anuais.

    3corações

    A maior produtora de café do Brasil investe em transformação digital e em atendimento multicanal do comércio e dos consumidores

    Produção na 3corações: nascida no interior potiguar, a empresa virou líder nacional com trinta marcas
    Produção na 3corações: nascida no interior potiguar, a empresa virou líder nacional com trinta marcas (./Divulgação)

    O Grupo 3corações iniciou as atividades em 1959, no interior do Rio Grande do Norte, mas instalou sua sede em Eusébio, no Ceará. Tornou-se a maior empresa especializada em café do Brasil, produzindo e vendendo mais de trinta marcas, entre elas 3corações, Santa Clara, Café Brasileiro e Iguaçu. O grupo atua em todas as categorias de café, incluindo gourmet, cápsulas, solúveis e instantâneos. Nos últimos anos, tem buscado promover a transformação digital e pôr em prática um plano de expansão multicanal para atender tanto padarias e pequenos varejos quanto redes de supermercados e consumidores finais pelo comércio eletrônico. Em 2020, adquiriu 50% da Positive Brands, dona da marca A Tal da Castanha, focada em bebidas vegetais, além da divisão de café torrado e moído da Mitsui Alimentos.

    Tramontina

    Os utensílios e ferramentas da fabricante gaúcha chegam a 120 países, mas aqui também estão em lojas próprias da marca

    A Tramontina começou como uma pequena ferraria na cidade de Carlos Barbosa, no interior do Rio Grande do Sul, em 1911. Atualmente, a empresa é uma referência global em utensílios domésticos, ferramentas e materiais elétricos, exportando seus produtos para mais de 120 países. Para garantir a produção mensal de 40 milhões de peças, a Tramontina mantém cerca de 800 robôs distribuídos em nove fábricas. A empresa oferece um catálogo de produtos formado por mais de 22 000 itens, desde utensílios de cozinha até ferramentas para jardinagem e diversos artigos elétricos. Com o objetivo de se aproximar do consumidor, a Tramontina vem investindo em lojas próprias desde 2013. Hoje, possui 23 lojas em dez estados, que são responsáveis por aproximadamente 100 milhões de reais de receita anual. O faturamento total da companhia é estimado em 10 bilhões de reais por ano.

    Vibra Energia

    A antiga BR Distribuidora terá o desafio de se reposicionar com a nova marca no concorrido mercado de combustíveis

    Transporte de combustível: com 8 300 postos, a maior rede do país, a Vibra terá de trocar suas placas até 2029
    Transporte de combustível: com 8 300 postos, a maior rede do país, a Vibra terá de trocar suas placas até 2029 (Vibra Energia/Divulgação)

    A Vibra Energia (ex-BR Distribuidora) adotou esse nome em 2021, depois que sua antiga controladora, a Petrobras, se desfez de todas as ações que detinha na empresa, que passou a ser 100% privada. Líder no mercado brasileiro de distribuição de combustíveis, a Vibra manteve o direito de utilizar as marcas Petrobras e BR em sua rede de 8 300 postos de combustíveis em todo o Brasil. Em janeiro deste ano, porém, a Petrobras informou que não pretende renovar a licença de suas marcas para a Vibra quando o atual contrato se encerrar, em 2029. Além da distribuição de combustíveis, a Vibra atua nos segmentos de lubrificantes (é líder de mercado com a Lubrax), aviação (abastece aeronaves em mais de noventa aeroportos brasileiros com a marca BR Aviation), energia elétrica (atua por meio da comercializadora Targus, da qual possui 70%), gás natural liquefeito, geração de energia renovável e desenvolvimento de novos negócios.

    Volkswagen

    A montadora alemã, com quatro fábricas aqui, prioriza o Brasil para realização de investimentos nos próximos anos

    Mirando a descarbonização de suas operações na América do Sul, a alemã Volkswagen anunciou o plano de investir 16 bilhões de reais em suas quatro fábricas no Brasil até 2028. Inicialmente, o valor era de 7 bilhões de 2022 a 2026, mas foi complementado com um aporte de 9 bilhões para o período de 2026 a 2028 nas fábricas de São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos, no estado de São Paulo, e São José dos Pinhais, no Paraná. O objetivo é utilizar os recursos para a fabricação de dezesseis novos modelos, incluindo carros híbridos, 100% elétricos e total flex. O Brasil é o principal mercado para a companhia na América Latina. Em 2023, a montadora alemã vendeu 345 039 veículos no país, o que representou 15,8% de participação no mercado, atrás apenas da marca italiana Fiat, que fechou com uma fatia de 21,8%.

    WEG

    De olho nas exportações, a empresa catarinense investe 1,2 bilhão de reais para expandir a capacidade produtiva

    Força total: para produzir itens como motores elétricos, geradores e turbinas, a WEG tem fábricas em quinze países
    Força total: para produzir itens como motores elétricos, geradores e turbinas, a WEG tem fábricas em quinze países (Weg/Divulgação)

    Nos próximos três anos, a catarinense WEG prevê aumentar sua capacidade de produção de transformadores elétricos em cerca de 50%. Para isso, anunciou um investimento de 1,2 bilhão reais na expansão da capacidade produtiva no Brasil, na Colômbia e no México. O objetivo é atender ao crescimento esperado no mercado de energias renováveis, sobretudo nos Estados Unidos. No Brasil, os investimentos serão feitos nos parques fabris de Betim e Itajubá, em Minas Gerais. Fundada em 1961 na cidade de Jaraguá do Sul, a WEG tem hoje fábricas em quinze países e um portfólio com mais de 1 500 linhas de produtos, incluindo motores elétricos, geradores e turbinas. Já fabricou mais de 1,1 bilhão de produtos de automação. A empresa conta com mais de 40 000 empregados, incluindo 4 700 engenheiros. Em 2023, faturou 32,5 bilhões de reais.

    Whirlpool

    O grupo americano investe em fábricas e anuncia sistema de logística reversa para o descarte adequado de eletroeletrônicos

    Linha branca: com marcas como Brastemp e Consul, a Whirlpool produz geladeiras e lavadoras
    Linha branca: com marcas como Brastemp e Consul, a Whirlpool produz geladeiras e lavadoras (Whirlpool/Divulgação)

    Presente no Brasil com as marcas Brastemp, Consul, KitchenAid, Compra Certa e B.blend, a americana Whirlpool tem três fábricas no país — em Joinville (SC), Manaus (AM) e Rio Claro (SP), além de um centro administrativo na capital paulista. A empresa anunciou neste ano que planeja investir mais de 500 milhões de reais na expansão e modernização das fábricas em Joinville, onde produz refrigeradores, freezers, secadoras de roupas e purificadores de água, e em Rio Claro, onde fabrica lavadoras, fogões e fornos. Em 2023, a companhia anunciou a estruturação de um sistema próprio de logística reversa de eletrodomésticos e eletrônicos, com abrangência nacional e gratuito para os consumidores. O sistema não se limita a produtos da marca Whirlpool, podendo ser de outras fabricantes. O Brasil é o quinto país no mundo que mais gera resíduos eletroeletrônicos per capita.

    Yduqs

    Detentor das marcas Estácio, Ibmec e Damásio, o grupo de educação tem mais de 1,3 milhão de alunos, 1 milhão por via digital

    A Yduqs é um grupo de tecnologia e serviços em educação que surgiu em 2007 com o nome de Estácio Participações. Adotou o atual nome em 2019. Hoje detém marcas como Estácio, Ibmec e Damásio. Ao todo, são cerca de 1,3 milhão de alunos, dos quais pouco mais de 1 milhão em ensino digital. A Yduqs é a única organização de ensino superior do mundo com rating AA pela MSCI, agência americana de avaliações de negócios relacionadas ao meio ambiente, impacto social e governança. Em 2023, a Yduqs teve uma receita líquida de 10,8 bilhões de reais. O lucro líquido foi de 155 milhões de reais, ante um prejuízo de 55 milhões no ano anterior. Para 2024, a expectativa é de crescimento na modalidade de ensino a distância, em razão das quedas na taxa básica de juros, uma mudança que pode impulsionar a demanda por educação na classe C.

    Publicado em VEJA, abril de 2024, edição VEJA Negócios nº 1

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