Para cada 1.000 mulheres contratadas em 2018, no Brasil, com remuneração maior do que vinte salários mínimos, foram empregados 3.120 homens – uma diferença de 212%. Na faixa de ordenados até dois salários mínimos, no entanto, o número cai para 1.510 homens contratados para cada 1.000 mulheres (51% a mais).
Segundo os dados de geração de emprego divulgados na última sexta-feira pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, é possível chegar à conclusão que, quanto mais alto o salário, maior a chance de um homem ser contratado para o cargo.
VEJA cruzou os dados de gênero e nível salarial das contratações realizadas entre janeiro e agosto de 2018. Quanto maior a remuneração, maior a quantidade de homens contratados em detrimento à de mulheres.
Entre dois e cinco salários mínimos, o número de homens admitidos em relação ao de mulheres é de 109%. A diferença diminui nas faixas salariais de cinco a sete salários mínimos e de sete a dez salários mínimos: 66% e 86%, respectivamente.
A partir dos cargos com dez a vinte mínimos ou mais de remuneração, a diferença na quantidade de homens contratados e na de mulheres aumenta para 124%. Ou seja, para cada 1.000 mulheres empregadas com essa faixa salarial, outros 2.240 homens foram admitidos.
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Baixos salários
Os dados do Caged também permitem concluir que empregos mais bem remunerados estão ficando cada vez mais escassos no Brasil. E isso acontece com ambos os sexos.
A única faixa de renda na qual o número de vagas formais apresentaram um crescimento é a que compreende de zero a dois salários mínimos.
Todas as outras, de dois até acima de 20 salários mínimos, apresentaram queda. Essa mudança no perfil do emprego acontece também para ambos os sexos