Projeção do PIB segue em 2,5% para 2024 e é revisada para baixo em 2025
A pausa do Banco Central no corte de juros levou a área técnica da Fazenda a revisar previsão de crescimento do ano que vem
A projeção para o crescimento do PIB de 2024 foi mantida em 2,5%. A previsão faz parte do Boletim Macrofiscal de julho, divulgado pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda na tarde desta quinta-feira, 18.
De acordo com a área técnica da Fazenda, os principais vetores de crescimento econômico deste ano são as vendas no varejo e a demanda crescente por serviços prestados às famílias.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que havia pedido cautela na reprojeção de crescimento do PIB. “Nós estamos recebendo informações e dados que sustentariam uma reprojeção. Mas eu pedi cautela para avaliar bem se essa reprojeção deve ser feita e quando deve ser feita”, disse o ministro.
Apesar de ter se mantido estável em relação à projeção de crescimento do PIB neste ano, o boletim traz mudanças por setor produtivo. Para a agropecuária, a variação esperada para o PIB caiu de -1,4% para -2,5%, refletindo a redução nas estimativas para a safra de soja, milho e trigo em 2024 e os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul.
Para a indústria, a expectativa de crescimento em 2024 foi revisada para cima, de 2,4% para 2,6%, em razão de uma maior expectativa para o crescimento da indústria de transformação e construção no ano. A projeção para a expansão dos serviços também subiu, passando de 2,7% para 2,8%.
A pausa do Banco Central no corte de juros levou a área técnica da Fazenda a revisar para baixo a previsão de crescimento para o PIB de 2025. “A estimativa de crescimento para o PIB de 2025 foi revisada de 2,8% para 2,6%, repercutindo a pausa no corte de juros pelo Banco Central em 2024, conforme apontado pelas expectativas de mercado”, diz o boletim.
Apesar da menor contribuição vinda da política monetária, o crescimento guiado pela expansão dos investimentos e da indústria em 2024 devem contribuir positivamente para a atividade em 2025, amenizando em parte os impactos dos juros, segundo o boletim.
Para os anos seguintes, o crescimento esperado segue próximo a 2,5%, “podendo inclusive surpreender positivamente como reflexo dos efeitos da reforma tributária e da maior produção e exportação de petróleo sobre a atividade potencial”, segundo a SPE.
Inflação
A estimativa da inflação medida pelo IPCA no Brasil em 2024 se aproximou do teto da meta e aumentou de 3,7% para 3,9%. A revisão considera os impactos da alta do dólar e das enchentes no Rio Grande do Sul e os recentes aumentos de preços da gasolina e do GLP. Para 2025, a previsão de inflação medida pelo IPCA foi revisada principalmente para incorporar a expectativa de maio
Déficit
A projeção mediana para o déficit primário de 2024 aumentou pelo segundo mês consecutivo, interrompendo a trajetória de queda dos meses anteriores. De janeiro a julho de 2024, a mediana das projeções para o déficit primário para o ano caiu de R$ 118,6 bilhões em janeiro para R$ 81,4 bilhões em julho. No último Boletim Macrofiscal de maio, a estimativa era de R$ 76,8 bilhões. A mediana das expectativas de julho para a dívida bruta do governo geral em 2024 foi de 77,46%, ante 77,30% no boletim de maio de 2024 e 82,40% em janeiro de 2023.