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Produção industrial engata segundo mês seguido de alta e indica fôlego

Segundo o IBGE, em junho, o setor avançou 8,9% depois de subir 8,2% em maio; altas, entretanto, ainda não revertem as perdas de março e abril

Por Larissa Quintino Atualizado em 4 ago 2020, 10h00 - Publicado em 4 ago 2020, 09h47
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  • A produção industrial brasileira engatou o segundo mês consecutivo de crescimento, demonstrando recuperação na atividade econômica no país após a flexibilização do distanciamento social. Segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira, 4, a produção subiu 8,9% em junho. Em maio, o setor já havia apresentado melhora de 8,2%. Apesar de auspicioso, o dado ainda não reverte a perda de 26,6%, acumulada pelo setor nos meses de março e abril, após o início do isolamento social para controle da pandemia do novo coronavírus.

    “Embora tenha crescido numa magnitude importante, acumulando expansão de 17,9% nos meses de maio e junho, a produção industrial ainda está longe de eliminar a perda concentrada nos meses de março e de abril, pontos mais agudos da pandemia na economia, quando a incerteza sobre o impacto da Covid-19 persistia e as medidas de distanciamento social foram mais duras. O saldo negativo desses quatro meses é bastante relevante (-13,5%)”, afirma o gerente da pesquisa, André Macedo. O instituto ressalta que a produção está abaixo do que operava em 2019. Na comparação com junho do ano passado, o setor recuou 9,0%. No acumulado do primeiro semestre, caiu 10,9%, e no ano, recuou 5,6%, queda mais elevada desde dezembro de 2016 (-6,4%).

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    A queda em comparação com 2019 mostra a severidade da crise causada pelo novo coronavírus, mas os dados de junho devem ser encarados de forma positiva por apontarem o caminho da recuperação. A tendência deve seguir em julho. Na segunda-feira, o Índice de Gerentes de Compras (PMI), realizado pela empresa inglesa IHS Markit, apontou que o nível da indústria em julho alcançou o maior patamar desde fevereiro de 2006.

    Segundo os dados do IBGE, o avanço em junho foi generalizado, em todas as grandes categorias econômicas e em 24 dos 26 ramos pesquisados. A alta de 8,9% foi a maior desde junho de 2018 (12,9%), quando o setor retomou a produção logo após a greve dos caminhoneiros. Mesmo com o desempenho positivo em junho deste ano, a indústria ainda está 27,7% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Entre as atividades, o IBGE destaca a influência positiva da produção de veículos que avançou 70,0% em junho, puxado, principalmente, por carros e caminhões. “Esse setor acumulou expansão de 495,2% em dois meses consecutivos de crescimento na produção, mas ainda assim está 53,7% abaixo do patamar de fevereiro”, observa o gerente da pesquisa, André Macedo.

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    Por outro lado, as indústrias de alimentos e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis recuaram 1,8% em junho. “A indústria alimentícia tem uma dinâmica diferente do restante do setor industrial, devido às suas características relacionadas ao abastecimento. Ela vinha de resultados positivos, quando a indústria, de forma geral, estava em queda. Os crescimentos nos meses anteriores, combinados com uma queda no açúcar, resultou no recuo registrado em junho. Alimentos, porém, têm um saldo positivo, diferente da média da indústria”. Já coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis caem após expansão de 16,3% em maio, quando a atividade interrompeu três meses de consecutivos de queda na produção, que acumularam perda de 20,1%. “O recuo da atividade em junho é natural, em função do avanço maior observado em maio”, disse André Macedo.

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