O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 14, que os gastos com Previdência Social são um “buraco negro fiscal” que ameaçam “engolir o Brasil”. Durante audiência pública na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, que analisa a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Guedes pediu urgência pata que parlamentares aprovem um crédito suplementar no valor de cerca de 248 bilhões de reais para evitar que o governo quebre a chamada regra de ouro —que proíbe emissão de dívida para financiar despesas correntes.
“O buraco da Previdência virou um buraco negro fiscal que ameaça engolir o Brasil. Exatamente por isso que estamos pedindo um crédito suplementar para não quebrar a regra de ouro, que prevê que o país só pode se endividar se tiver investindo”, destacou Guedes.
Segundo o ministro, a maioria do valor, 200 bilhões de reais, seria usada para pagar gastos com Previdência, outros 30 bilhões de reais iriam para pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), voltado para idosos e deficientes de baixa renda, 6 bilhões de reais para o Bolsa Família e quase 10 bilhões de reais para o Plano Safra, para a agricultura familiar.
“Estamos à beira de um abismo fiscal. Vamos nos endividar para pagar Bolsa Família, BPC, Plano Safra e as aposentadorias do regime geral, INSS. Estamos nos endividando para pagar despesas correntes. Não deveria ser normal”, disse ele.
Segundo o ministro, esse contexto mostra que é fundamental a reforma da Previdência para que o governo possa acertar os gastos neste setor. Na avaliação de Guedes, com reformas, o país pode voltar a crescer de 2% a 3% por ano.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)