O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, teve alta de 0,09% em setembro em comparação ao período ligeiramente anterior, influenciado principalmente pela alta no preço da energia elétrica, segundo divulgou nesta terça-feira, 24, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ante o mesmo mês de 2018, o desempenho ficou estável.
O IPCA-15 é calculado mensalmente e coleta os preços entre os dias 16 de um mês e 15 do mês seguinte. Essa metodologia o difere da inflação oficial (IPCA), que é calculada com base na variação do valor dos produtos durante o mês (do dia 1° ao 30 ou 31).
Segundo o IBGE, o grupo habitação respondeu pela maior variação de preços em setembro na comparação com agosto, de 0,76%. O motivo foi a alta, pelo oitavo mês seguido, na energia elétrica, que subiu 2,31% – e já acumula 11,55% no ano. Em setembro, a bandeira tarifária é a vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4 na conta de luz para cada 100 quilowatts-hora consumidos.
As bandeiras tarifárias indicam o custo da energia gerada. Quando o governo precisa ativas as termoelétricas, o preço sobe. O patamar vermelho 1 é o segundo mais caro – perde apenas para o vermelho 2, que adiciona 6 reais à conta.
As atividades vestuários (0,58%) e transportes (0,09%,) também tiveram alta nos preços, em razão, respectivamente, da entrada das coleções de primavera e do encarecimento dos combustíveis, segundo o IBGE.
Do outro lado, o grupo alimentação e bebidas apresentou deflação pelo segundo mês consecutivo, de 0,34%. De acordo com o IBGE, isso ocorre porque ficou mais barato comer em casa, já que a chamada alimentação no domicílio apresentou queda de 0,81%. Entre os alimentos, o tomate foi o que teve maior impacto, com queda de 24,83% nos preços.
Além disso, o grupo artigos de residência, reverteu a alta de 0,82% em agosto, e apresentou a maior variação negativa entre os grupos em setembro, de 0,40%. O IBGE destaca a queda nos preços do item eletrodomésticos (-1,22%), que haviam subido 2,21% no mês anterior
No ano, o IPCA-15 acumula 2,60% e, em 12 meses, 3,22%. O índice é abaixo da meta da inflação estipulada pelo governo em 2019, de 4,25%, mas dentro da margem de erro de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, entre 2,75% e 5,75%.