Prévia da inflação desacelera em agosto, em linha com a projeção do mercado
Alimentos registraram deflação no período, enquanto os combustíveis ficaram mais caros pós reajuste da Petrobras. Em 12 meses, acumulado é de 4,35%
A prévia da inflação de agosto ficou em 0,19%, uma ligeira desaceleração em relação ao mês anterior, apontou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta terça-feira, 27, pelo IBGE. O indicador veio em linha com as expectativas do mercado.
Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,35%, abaixo dos 4,45% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. A meta de inflação para este ano é de 3%, com margem de tolerância até 4,5%. Os dados de inflação são de fundamental importância para o Banco Central calibrar a política monetária. O próximo encontro do Copom, o Comitê de Política Monetária, acontece nos dias 17 e 18 de agosto.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em agosto. Porém, a deflação do grupo Alimentação e bebidas, de maior peso na cesta do IPCA, colaborou para a desaceleração. Em agosto, o indicador foi de -0,8%.
A alimentação no domicílio (-1,30%) apresentou queda mais intensa do que a de julho (-0,70%). Contribuíram para esse resultado a redução nos preços do tomate (-26,59%), da cenoura (-25,06%), da batata-inglesa (-13,13%) e da cebola (-11,22%). No lado dos subitens em alta, destaca-se o café moído (3,66%).
Segundo o IBGE, o maior impacto do mês veio do grupo de transportes, que acelerou 0,83%, influenciado principalmente pela alta dos combustíveis. Em julho, a Petrobras reajustou o preço da gasolina em 7% e o impacto chegou nas bombas. A gasolina ficou 3,33% mais caras. Além dela, etanol (5,81%), gás veicular (1,31%) e óleo diesel (0,85%) também pesaram no bolso do consumidor no período. Vale lembrar que o IPCA-15 é medido entre as duas primeiras semanas do mês de referência — neste caso, agosto — e as duas últimas do mês anterior — julho.