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Presidente do Banco do Brasil entrega carta de demissão a Bolsonaro

O comunicado está em fato relevante divulgado pelo banco na noite desta sexta-feira, 24

Por Victor Irajá Atualizado em 4 jun 2024, 13h46 - Publicado em 24 jul 2020, 19h02
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  • O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, pediu demissão ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, na noite desta sexta-feira, 24. O pedido de exoneração está em fato relevante divulgado pela instituição. “O Banco do Brasil (BB) comunica que o Sr. Rubem de Freitas Novaes entregou ao Exmo. Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro e ao Exmo. Ministro da Economia, Paulo Roberto Nunes Guedes, pedido de renúncia ao cargo de presidente do BB, com efeitos a partir de agosto, em data a ser definida e oportunamente comunicada ao mercado, entendendo que a Companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário”, escreveu o banco. Novaes alegou motivos pessoais, como a saudade dos netos para voltar ao Rio de Janeiro.

    A instituição virou cerne de polêmicas envolvendo a veiculação de propaganda em sites bolsonaristas, que publicavam informações falsas. Em maio, o Sleeping Giants Brasil, um perfil no Twitter destinado a informar empresas que suas marcas estavam sendo anunciadas em sites de extrema-direita, alertou a instituição. À luz da exposição negativa, a conta oficial da instituição se retratou.

    “Agradecemos o envio da informação, comunicamos que os anúncios de comunicação automática foram retirados e o referido site bloqueado. Repudiamos qualquer disseminação de fake news“, publicou a conta oficial da instituição na ocasião, para a fúria do filho vereador do presidente da República. “Marketing do Banco do Brasil pisoteia em mídia alternativa que traz verdades omitidas”, vociferou o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) numa rede social depois de o Banco do Brasil suspender as publicidades em um site lotado de informações falsas. Depois da prensa do filho do presidente, a instituição voltou atrás e retomou a veiculação de propagandas no veículo que apoia de forma obscura o presidente.

    Na fatídica reunião ministerial do dia 22 de abril, tornada pública por decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, Paulo Guedes defendeu de forma boquirrota a privatização da estatal: “Tem de vender logo essa porra”, vaticinou o ministro. 

    Economista, Rubem Novaes é doutor pela Universidade de Chicago (EUA) e já passou pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de ser ex-presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

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