Apesar do anúncio de que a Petrobras não repassará, ao menos por enquanto, o aumento do barril de petróleo para o preço dos combustíveis, alguns motoristas do Distrito Federal foram surpreendidos nesta terça-feira, 16, pelo preço da gasolina cerca de 0,20 centavos mais caro nas bombas, custando entre 4,40 reais a 4,50 reais. O aumento, entretanto, não tem a ver com a crise internacional do petróleo, desencadeada após ataques a refinarias da Arábia Saudita, e sim com recomposição de preços, afirma o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF).
Segundo o presidente da entidade, Paulo Roberto Correia Tavares, o repasse começou no fim da semana passada e “foi uma coincidência, infelizmente”, com a disparada no aumento do barril do petróleo. “O consumidor acredita que estamos antecipando um repasse, mas não é isso que está acontecendo”. Segundo Tavares, caso a Petrobras mantenha sua política de reajuste de preços e repasse da alta do petróleo, haverá impacto nas bombas.
A variação dos preços, segundo o sindicato, seria uma saída para repor perdas no valor do combustível ocorridas no fim de agosto e início de setembro, quando a Petrobras reajustou o combustível em 3,5% e 1,3%, respectivamente. “Os postos não repassaram antes porque há disputa de preços. Mas, quando o estoque acaba e é preciso comprar mais combustível, a perda é grande mantendo o preço”.
O presidente do Sindicato de Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Paiva Gouveia, diz que não há nenhum movimento em São Paulo para alta dos combustíveis sem alguma sinalização da Petrobras. O Sindicato dos Varejistas de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do município do Rio de Janeiro (SindComb) afirmou que também não houve reajuste nos postos de combustível após a disparada do preço do petróleo.
Na segunda-feira, em entrevista a TV Record, o presidente Jair Bolsonaro disse que foi informado pelo presidente da Petrobras, Roberto Castelo Branco, que a petroleira não planeja aumentar de imediato os preços dos combustíveis em resposta ao ataque a instalações de petróleo da Arábia Saudita. Apesar de os preços dos combustíveis estabelecidos pela empresa seguirem os valores internacionais, a recente alta do petróleo é “atípica”.
Após os ataques com drones realizados no sábado a refinarias na Arábia Saudita, os preços do petróleo dispararam no mercado global, tendo subido 15%. Nesta terça-feira, o índice Brent operava em ligeira queda, de 0,38%.