Durante 2021, os comerciantes e proprietários de veículos automotivos viram uma valorização impressionante dos seus carros e tiveram motivos para comemorar. Neste início de ano, porém, terão de arcar com uma consequência nada palatável disso: um aumento significativo no valor do Imposto Sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA). Como o IPVA é um imposto calculado sobre o valor do veículo, ele aumentará proporcionalmente ao novo valor de venda do carro.
“Diferentemente do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), cujo valor tem a ver com a devolutiva do governo em investimentos no entorno, o IPVA tem o carro como base de cálculo e varia conforme o valor de mercado do veículo”, diz Carlos Pinto, diretor de negócios do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
Os carros novos sofreram uma valorização impressionante ao longo de 2021 e em dezembro estavam com uma alta anual de 17,78%, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). Impactada pela falta de oferta do produto no mercado, fruto da desaceleração da produção industrial durante a pandemia da Covid-19, e pela alta da demanda, a inflação dos veículos zero impactou nos seminovos, que terminaram o ano com alta anual de 30,88%.
Um carro usado movido a gasolina ou a biocombustível que custa 100 mil reais, por exemplo, pagava no ano passado um IPVA de 4% no estado de São Paulo, ou seja, 4 mil reais. Neste ano, caso ele tenha sofrido a valorização anual da FIPE de 30,88%, o novo IPVA a ser pago será de 5.235,20 reais, ou seja, 1.235,20 reais a mais.
Para amenizar o efeito da alta no bolso das pessoas, alguns estados estão dando descontos e aumentando o parcelamento para o pagamento do tributo. Em São Paulo, por exemplo, o parcelamento pode ser feito em até 5 vezes e o pagamento em uma parcela única até o dia 17 de janeiro possui desconto de 9%. Já em Minas Gerais, o pagamento foi postergado para a partir de março e sobre o pagamento em cota única incide desconto de 3%.