O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou nesta quinta-feira, 5, que não é normal país em desenvolvimento como o Brasil crescer somente na casa de 1,1% ao ano e que, neste cenário, ele mesmo não dorme tranquilo. Na véspera, seu chefe — o ministro da Economia, Paulo Guedes, havia dito que o crescimento na casa de 1% era esperado no primeiro ano da gestão Bolsonaro.
“Estamos em um país que ainda está passando por enorme dificuldade … eu não durmo tranquilo, estou muito preocupado, estamos ainda em país com crescimento muito baixo”, disse Mansueto em um evento.
Na quarta-feira, o IBGE divulgou uma alta de apenas 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, após expansão de 1,3% registrada tanto em 2018 quando em 2017. Mansueto avaliou que esse crescimento claramente causa frustração em vários segmentos da sociedade e, por isso, é necessário que o país siga comprometido com a agenda de reformas.
Na visão do secretário do Tesouro, o cenário para o debate hoje é diferente e mais favorável, permitindo espaço para que temas como a autonomia do Banco Central sejam discutidos, algo que classificou como impensável quatro ou cinco anos atrás. “Algumas pessoas falam: ‘mas o Congresso está atrasando’. O Congresso não está atrasando, o Congresso está debatendo, o Congresso tem o seu ritual, o Congresso tem o seu timing de discutir reformas”, acrescentou.
Guedes prevê crescimento maior
Na quarta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou que a economia crescerá mais de 2% este ano 2020 caso as reformas propostas pelo governo forem aprovadas. Nesse cenário, nem mesmo impactos da economia do mundo todo causados pela epidemia de coronavírus minguariam o desenvolvimento.
“No segundo ano [de governo], acho que crescemos acima de 2%, mesmo com o coronavírus. O Brasil teve até agora dois casos confirmados [o número subiu para três]. É uma economia que esteve relativamente fechada todos esses anos”, declarou Guedes, ao sair do Ministério da Economia para cerimônia no Palácio do Planalto.
Para o ministro, do mesmo jeito que o Brasil beneficiou-se pouco do crescimento mundial nas últimas décadas, o fechamento da economia diminui o impacto do coronavírus sobre o país. “Quando o mundo todo estava crescendo, ser uma economia aberta e integrada era uma grande vantagem. Se nós não pegamos o vento a favor, agora o vento contra tem um impacto menor na economia brasileira. Se nossa economia fosse extraordinariamente aberta, o impacto seria muito maior”, disse o ministro.
(Com Reuters e Agência Brasil)