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PIB avança 1,2% no 1º tri e fortalece o caminho de recuperação econômica

Retomada nos primeiros meses, mesmo com a segunda onda de contaminações no país, traz economia aos patamares pré-pandemia

Por Larissa Quintino Atualizado em 1 jun 2021, 11h16 - Publicado em 1 jun 2021, 09h02

O otimismo com a retomada da economia na segunda metade de 2020 após o grande choque acendeu a esperança de um 2021 melhor, com melhores respostas da economia. Mas, assim que os novos casos de Covid-19 começaram a acelerar e despontar a segunda onda no Brasil, a expectativa virou. A onda sanitária, sim, foi maior que no ano passado. Mas a economia brasileira reagiu bem, e virou novamente a previsão. O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 1,2% entre janeiro e março deste ano. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 1º , pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o resultado do primeiro trimestre, o PIB voltou ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, mas ainda está 3,1% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, alcançado no primeiro trimestre de 2014. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos dentro do país, e serve para medir o comportamento da atividade econômica. Em valores correntes, o PIB chegou a 2,048 trilhões de reais. Na comparação anual, o avanço é de 1%.

Os bons resultados apontam para a recuperação econômica


No primeiro trimestre deste ano, houve expansão em todos os setores na ótica da oferta. É preciso considerar, claro, a base deprimida de comparação, já que a economia brasileira encolheu 4,1% no ano passado. Vale ressaltar que com o resultado divulgado nessa terça apresenta o terceiro trimestre seguido de crescimento.  “Mesmo com a segunda onda da pandemia de Covid-19, o PIB cresceu no primeiro trimestre, já que, diferente do ano passado, não houve tantas restrições que impediram o funcionamento das atividades econômicas no país”, avalia a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

O setor de serviços, que representa 70% do PIB, mostra bem essa reação. Em 2020, com as medidas de restrição, as atividades — principalmente as que exigem atendimento ao público — sofreram. E, neste ano, passaram a retomar, mesmo que com máscara, álcool em gel, às vezes temperatura medida na porta, e capacidade reduzida, mas sem fechamentos nos dois primeiros meses do ano. Em março, alguns estados e municípios voltaram a endurecer as medidas de distanciamento social, mas, a reação ocorrida nos primeiros meses fez com que o setor crescesse 0,4%.

Também é importante lembrar que a recuperação da economia nos primeiros meses do ano — ao contrário do crescimento do terceiro e quarto trimestre de 2020 — veio sem a força direta do auxílio emergencial, que deixou de ser pago em 31 de dezembro e que voltou, com valor menor, em abril deste ano.  Outro impulso, mais que esperado para o PIB, a vacinação começou em janeiro deste ano e caminha a passos lentos. Ou seja, com a aceleração da imunização, o ritmo da economia tende a aumentar. A taxa de poupança aumentou no período de pandemia e, com a vacinação em massa, esse dinheiro tende a fazer a economia circular mais rápido. 

Sob a ótica da demanda, um dos fatores que ajudaram na recuperação trimestral foram a volta dos investimentos, pausados durante a fase mais aguda da pandemia. A Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 4,6%, o que indica uma volta da confiança. O destaque também vai para a balança comercial brasileira. As exportações tiveram alta de 3,7% enquanto as importações cresceram 11,6% em relação ao quarto trimestre de 2020. “Na pauta de importações, destacaram-se os produtos farmoquímicos para a produção de vacinas contra a Covid-19, máquinas e aparelhos elétricos, e produtos de metal. Entre as exportações, ficaram os produtos alimentícios e veículo automotores.

O resultado da economia divulgado nesta terça-feira vem de encontro com as previsões mais otimistas para o resultado do PIB do ano. Nas últimas semanas, economistas, bancos, órgãos internacionais e o próprio governo passaram a elevar a estimativa para o indicador, indo desde os 3,5% do Ministério da Economia — o que é considerado conservador pela pasta de Paulo Guedes — passando de 4,5% em bancos internacionais, sendo que a média do mercado brasileiro prevê 4%. O caminho para atingir estes resultados é o avanço da imunização e, claro, o caminho de austeridade de gastos no pós-pandemia e foco na geração de empregos que possam permitir uma retomada sustentável. No momento, o que pesa é o ingrediente político, com a polarização acentuada e as grandes reformas lentas. Que os próximos meses continuem a trazer bons caminhos a economia.

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