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PF prende líderes de seita ligados a trabalho escravo de fiéis

Os fiéis eram abordados na sede da igreja, onde eram convencidos a doar seus bens e mudarem-se para uma comunidade

Por Da redação
6 fev 2018, 20h14
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  • Uma operação conjunta da Polícia Federal e Ministério do Trabalho resgatou cerca de 900 pessoas trabalhando em condições análogas à escravidão em 15 municípios de Minas Gerais, São Paulo e Bahia. Batizada de Operação Canaã – A Colheita Final, a operação investigou o aliciamento de fiéis por parte da igreja Comunidade Evangélica Jesus, a Verdade que Marca.

    Segundo o Ministério do Trabalho, os trabalhadores eram abordados na sede da igreja na capital paulistana, onde eram convencidos a doar os bens para as associações controladas pela organização e a mudarem-se para uma comunidade, onde todos os bens móveis e imóveis seriam compartilhados.

    Essas pessoas trabalhavam em lavouras e em estabelecimentos comerciais como oficinas mecânicas, postos de gasolina, pastelarias, confecções e restaurantes, todos comandados pelos líderes da seita.

    O chefe do grupo especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho, Maurício Krepsky Fagundes, disse que o que mais chamou à atenção dos policiais foi o crescimento do patrimônio pessoal dos líderes da seita e o aumento dos fiéis agregados nos últimos cinco anos.

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    “Desde 2013, tem sido feito um trabalho de inteligência [da Polícia Federal] para achar os locais onde os aliciados trabalhavam, as fraudes praticadas pela organização criminosa e, principalmente, a caracterização do crime de tráfico de pessoas”, destaca Maurício.

    A deflagração desta terça-feira representa a terceira fase da operação, com a prisão preventiva de 22 líderes da seita que, segundo a Polícia Federal,  poderão cumprir até 42 anos de prisão, se condenados. O líder da seita, conhecido como Pastor Cícero, está foragido.

    A reportagem não localizou representantes da igreja para comentar a prisão e a denúncia de trabalho escravo.

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