O secretário-geral de desestatização e desinvestimentos do Ministério da Economia, Salim Mattar, disse nesta terça-feira, 29, que a Petrobras, a Caixa e o Banco do Brasil devem ser as únicas companhias que vão permanecer estatais no governo de Jair Bolsonaro, mas “bem magrinhas”, ou seja, sem suas subsidiárias.
Durante evento do banco Credit Suisse, o secretário destacou ainda que sua meta é superar “em 25% a 50%” o montante que o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em Davos que pretende arrecadar com as vendas de estatais, 20 bilhões de dólares (aproximadamente 74,4 bilhões de reais).
“Vamos surpreender”, afirmou Mattar, destacando que, tirando as três estatais citadas acima, a intenção é vender todas as outras.
“Na área de óleo e gás, só vai permanecer a Petrobras”, afirmou o executivo, fundador da Localiza. “A Petrobras é uma megacompanhia, mas não tem eficiência e produtividade que falam no mercado”, disse ele, ressaltando que a companhia deve começar “lentamente” a vender participações de muitas subsidiárias. “A tendência é que até o final deste governo a Petrobras tenha vendido todas as participações.”
O secretário disse que o governo “não pode continuar sendo empresário, mas sim cuidar de coisas que fazem sentido para a população, como saúde e educação”. “Não faz sentido o governo atuar na área de seguros.”
Mattar ressaltou que o país tem hoje 134 estatais que podem vir a ser privatizadas. Ele destacou que o governo de Michel Temer privatizou vinte, mas o do PT criou 48 companhias públicas. “Queremos o povo rico e o Estado mais enxuto”, comentou. “Se vendêssemos todas estatais poderíamos reduzir nossa dívida para 3 trilhões de reais”, disse ele.
O secretário afirmou que tem feito trabalho de “formiguinha” para convencer outros ministérios sobre a necessidade de vender estatais, mas reforçou que os novos executivos que assumiram a Petrobras e o BB têm visão de mercado e não têm resistência a vender as subsidiárias.
Destacou também que o Brasil tem “dezoito estatais dependentes”, que custam 15 bilhões de reais por ano ao governo, como EBC, Valec, CBTU, Embrapa e Codevasf.
Mattar afirmou que os governos sociais democratas são “fingidos”, não gostam do capitalismo e de empresários. “Este governo gosta de empresários”, disse ele, destacando que não haverá quebra de contratos e que o presidente Jair Bolsonaro vai garantir segurança jurídica para se fazer negócios.
Em SP, Doria quer privarizar o Porto de Santos
O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), durante o evento do Credit Suisse, defendeu a necessidade de privatização das diversas estatais paulistas e afirmou que a venda do Porto de Santos, de 23 aeroportos e das estradas estaduais estão entre as prioridades de sua gestão.
Segundo o governador paulista, a venda de 23 aeroportos vai permitir “melhorar a interiorização de voos, com companhias aéreas fortalecidas, com mais aeronaves e melhores condições técnicas”.
Nas rodovias, Doria destacou que dezoito das vinte melhores estradas do Brasil estão no Estado de São Paulo, justamente porque foram passadas para a iniciativa privada. “Todas as rodovias que não foram concedidas ao setor privado, serão”.
Doria também citou a intenção de passar a hidrovia Tietê-Paraná para a iniciativa privada. O governador ressaltou que a venda criará um ponto importante para escoar a carga para outros países, como o Uruguai e Argentina.