A Petrobras propôs nesta quinta-feira um modelo para parcerias em refino com a venda do controle de blocos regionais do Nordeste e Sul do Brasil, mantendo a operação da estatal no Sudeste, onde está a maioria das refinarias da petroleira. A proposta reduz a participação da empresa no mercado de refino de petróleo.
Segundo a Petrobras, o plano de atração leva em conta que o crescimento futuro da demanda de derivados no Brasil requererá novos investimentos. A proposta está ainda alinhada à nova sistemática de desinvestimentos da empresa, que busca vender ativos para reduzir seu endividamento.
Em comunicado ao mercado, a petroleira disse que, pelo modelo, ficaria com 40% de participação em ambos os blocos regionais (Sul e Nordeste), ao passo que a empresa parceira deteria os outros 60%.
As parcerias incluiriam duas refinarias (Abreu e Lima e Landulpho Alves) e cinco terminais no Nordeste, onde a capacidade de processamento é de 430.000 barris por dia (bpd), enquanto no Sul, cuja capacidade de processamento é de 416.000 barris por dia, seriam duas refinarias (Alberto Pasqualini e Presidente Getúlio Vargas) e cinco terminais.
A Petrobras afirmou ainda que, nesse modelo, seu parceiro controlaria a operação, enquanto a petroleira seguiria com participação de 75% do mercado brasileiro, uma vez que suas outras nove refinarias e 36 terminais, boa parte no Sudeste, ficariam totalmente sob seu controle.
Mais cedo nesta quinta-feira, a Reuters publicou que a Petrobras negocia com a chinesa CNPC uma parceria que prevê a troca de petróleo da Bacia de Campos por aportes da empresa da China para a conclusão da refinaria no Rio de Janeiro (Comperj), que demandaria ao menos cerca de 3 bilhões de dólares (x) para ser finalizada.
O documento divulgado pela Petrobras não faz referências ao Comperj, empreendimento no Rio de Janeiro que a estatal só vai finalizar se tiver alguma parceria, segundo comunicou anteriormente.