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O susto do mercado financeiro com a nova cepa do coronavírus

Diferentemente da primeira onda de contaminações pela Covid-19, vacina e experiência passada com impactos da pandemia amenizam as perdas

Por Luisa Purchio Atualizado em 22 dez 2020, 17h49 - Publicado em 21 dez 2020, 18h38
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  • As palavras do primeiro ministro britânico, Boris Johnson, que no último sábado revelou uma nova cepa do novo coronavírus, tiveram impacto direto no mercado financeiro nesta segunda-feira, 21. Bolsas em todo mundo registraram queda e o Ibovespa fechou em -1,88%, a 115.807 pontos. Já o dólar, considerado porto-seguro dos investidores, subiu e no Brasil fechou em alta de 0,80%, a 5,1223. As informações vindas do Reino Unido, bem como o endurecimento das medidas de distanciamento em países europeus, preocupou investidores. Novas restrições mostram por que a imunização em massa é tão importante para uma recuperação da economia.

    Um das principais impactados pela notícia da nova cepa foi a cotação do petróleo, que perde com a falta do uso de veículos motorizados. Na madrugada desta segunda-feira, a commoditie chegou a cair quase 6%, mas ao longo do dia diminuiu as perdas e encerrou o dia em queda de 2,77%. A recuperação é muito mais rápida que a que ocorreu com o início da contaminação. Basicamente, isso ocorre porque o mundo está em um momento diferente da pandemia. Hoje, se sabe mais sobre o novo coronavírus do que meses atrás e a busca acelerada por tratamentos e imunização geram alento a perdas mais fortes.  “A semelhança é que se gera pânico, mas em março era algo totalmente novo, não sabíamos como tratar e o que acontecia, hoje não. Por mais que se tenha essa notícia negativa do vírus, já se sabe o tratamento e temos vacinas sendo aplicadas. As coisas são mais previsíveis que lá atrás”, avalia Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha.

    Além disso, não há evidências de que essa variante seja mais letal que as anteriores ou mais resistente às vacinas contra a Covid-19 no mundo. Em 10 de março, o petróleo estava a 34.36 dólares e chegou a -37.63 dólares em abril. Apenas no dia 29 de maio conseguiu recuperar as perdas.

    Por isso as quedas arrefeceram um pouco no início da tarde. O Euro Stoxx 50, por exemplo, que chegou a cair 4,22%, encerrou o dia em queda de 2,74%. Já o dólar, o porto seguro dos investidores, cuja procura aumenta com o aumento do risco, chegou a subir 1% na madrugada de acordo com o DXY, bastante para esse que é um índice pouco volátil, mas encerrou o dia com alta de 0,17%. A libra esterlina, por sua vez, despencava em relação ao dólar e fechou em queda de 0.63%, a 1,3438 dólar.

    Já o ouro, outro porto seguro dos investidores, subia no início da manhã, mas passou para o território negativo e fechou em queda de 0,40% comprovando o aumento de risco e de volatilidade diante das incertezas no quadro sanitário mundial. Além do início da vacinação em diversos países, um dos fatores positivos que alivia as bolsas de valores na contramão da nova cepa é o avanço nas negociações de um novo pacote de benefícios no Congresso americano, aprovado pelo líder da maioria no Senado no domingo 20. No valor de 900 bilhões de dólares, a expectativa é que ele seja aprovado ainda este ano e injete mais uma enxurrada de liquidez nos mercados mundiais.

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