A ampla vacinação da população americana e os trilionários pacotes de estímulo à economia causaram a disparada dos juros dos títulos do Tesouro Americano para dez anos, os papéis mais cobiçados do mundo, por representarem dívidas do governo americano, detentor do dólar. Na manhã desta terça-feira, o juro crescia 0,02% e operava a 1,74%. Na segunda, os chamados yields, os juros desses papéis, encerraram a 1,73%, o maior nível desde o dia 23 de janeiro de 2020, quando a pandemia se iniciava a partir da província de Wuhan, na China.
A elevação dos yields ocorre quando o seu preço cai e é isso que está ocorrendo. Com mais apetite ao risco, os investidores americanos estão otimistas sobre a superação da pandemia no país e se desfazendo dos seus títulos. Ontem, a Casa Branca informou que, até o dia 19 de abril, 90% dos adultos poderão tomar a vacina contra a Covid-19. Nesta terça-feira, 30, o estado de Nova York começou a vacinar as pessoas acima de 30 anos.
Reagindo à valorização dos títulos americanos, o DXY continuava em alta na manhã desta terça-feira. O índice mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas, a principal delas o euro, e na segunda-feira fechou em 92,94, o número mais alto desde novembro de 2020.
Para estimular ainda mais o mercado, o Federal Reserve prepara um novo pacote de estímulos à economia com foco em investimentos em infraestrutura, estimado em 3 trilhões de dólares. Nesta manhã a Casa Branca informou que o pacote será divulgado na quarta-feira, 31, bem como o seu financiamento. A ideia é, com os estímulos, aproveitar a “oportunidade de rebalancear” o sistema tributário americano.
BOLSAS CAEM
A alta relevante dos yields está levando a uma realização de lucros nos mercados e as principais bolsas americanas operavam em baixa. A quebra do hedge fund Archegos contribui com a queda por levar grandes bancos a prejuízos bilionários. Estima-se que o Crédit Suisse possa ter perdido 7 bilhões de dólares.