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No mesmo caminho de outros bancos, Bradesco sela trégua com Americanas

Acordo firmado suspende disputa movida na Justiça temporariamente; rombo na varejista é estimado em 43 bilhões de reais

Por Sofia Cerqueira Atualizado em 17 abr 2023, 14h51 - Publicado em 16 abr 2023, 11h30
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  • Depois de um período de resistência, o Bradesco, na mesma linha adotada por outros grandes credores no caso Americanas, decidiu dar uma trégua à batalha na Justiça contra a varejista. O banco solicitou na última sexta-feira, 14, a suspensão da Produção Antecipada de Provas por 30 dias com o intuito de intensificar as tratativas com a empresa. A interrupção no litígio, mesmo que temporário, ocorre três meses após eclodir a crise na companhia – uma das principais holdings brasileiras no segmento do varejo – e vir a público um rombo na contabilidade de 20 bilhões de reais que, logo depois, se mostrou uma dívida estimada em 43 bilhões de reais.

    O movimento do Bradesco vai ao encontro ao já seguido pelos bancos Itaú e Santander, que também fecharam acordos nos últimos dias com as Lojas Americanas para suspender, também por um mês, todos os litígios contra ela que tramitam na Justiça. O BTG Pactual, outra instituição financeira credora envolvida no imbróglio, havia tomado uma decisão semelhante em março. No caso do processo movido pelo Bradesco, a Justiça deferiu uma suspensão somente até o dia 24 deste mês, estando assim mantida a audiência prevista para o dia 27 de abril. Mais um banco credor, o Safra, também decidiu cessar a batalha provisoriamente, mas o pedido ainda não foi analisado judicialmente.

    Esses anúncios de paz por parte dos principais bancos credores da Americanas, mesmo que se saiba que mais à frente eles possam buscar reparos no judiciário, são vistos no mercado com um gesto de boa vontade para que sejam abertas novas negociações e tente se chegar a algum consenso. A expectativa é que seja marcada uma assembleia de credores, em meio ao processo de recuperação judicial da varejista. Nas solicitações de cessar-fogo por parte das instituições financeiras, elas justificam a trégua por “considerar possíveis alternativas visando ao melhor entendimento dos interesses envolvidos”.

    A tentativa de acordo entre a Americanas e os principais credores acontece no momento em que os três principais acionistas da varejista prometem injetar recursos para saldar parte da dívida. Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles – que estão incluídos na lista dos cinco homens mais ricos do Brasil — concordaram em aportar cerca de 12 bilhões de reais na companhia. A Americanas tem hoje cerca de 1800 lojas espalhadas pelo país e 45000 funcionários.

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