Negociação de dívida da Arena Corinthians com a Caixa entra na mira do TCU
Ministério Público pediu à corte a apuração do impacto financeiro da negociação aos cofres públicos
Subprocurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado pediu à corte a apuração do impacto financeiro aos cofres públicos da negociação do Corinthians junto à Caixa Econômica Federal visando ampliar a carência do pagamento do financiamento da Neo Química Arena, o estádio do clube no bairro Itaquera construído durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
Segundo o pedido, em 2020, as partes alinharam acordo em que o clube paulista se comprometeria a voltar a quitar as parcelas a partir do fim de 2022. “Agora, a ideia do clube é que isso só ocorra no ano que vem”, diz a petição.
Segundo a representação, no acordo verbal feito em 2020 entre o clube e a Caixa, o banco estatal concordou em oferecer um prazo de pagamento ao Corinthians “muito maior do que o anterior”, até 2040, quando a Hypera Pharma pagará a última parcela dos naming rights do estádio. Inicialmente, o clube teria de quitar o financiamento até 2028. “Ficou combinado que os pagamentos serão feitos em 17 prestações, uma por ano, e não mais mensalmente, como previsto no contrato anterior”.
O valor total da dívida do Corinthians com a Caixa é de 569 milhões de reais. Destes, 300 milhões de reais serão abatidos com a receita dos naming rights da Arena ao longo dos próximos vinte anos. Segundo Furtado, o valor que será pago pelo Corinthians tende a crescer, já que as parcelas serão reajustadas anualmente em 3,4% e corrigidas. “Além do vultuoso montante da dívida, chama-me atenção o fato de que, aparentemente, até o momento, o assunto está sendo tratado com um mero acordo verbal”, diz o documento.