A Comissão de Proteção de Dados Pessoais do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) ajuizou nesta segunda-feira (30) uma ação civil pública por danos morais coletivos contra o Banco Inter pelo vazamento de dados de mais de 19.000 correntistas. Na ação, o MPDFT pede uma indenização de 10 milhões de reais pela falta de zelo da empresa com os dados dos usuários.
Durante a investigação, a instituição verificou que dados de 19.961 correntistas do banco foram violados. Desse total, 13.207 registros continham dados bancários, como número da conta, senha, endereço, CPF e telefone. Cadastros de 4.840 pessoas que fizeram transações com usuários do Inter também foram comprometidos.
De acordo com a MPDFT, foi confirmada a exposição de certificados digitais (já invalidados) e da chave privada do banco.
A investigação foi iniciada em maio, quando o banco afirmou que foi vítima de ação criminosa e que “não houve comprometimento da segurança no ambiente externo e nem dano à sua estrutura tecnológica”.
Caso o banco seja, de fato, condenado, a indenização de 10 milhões de reais será revertida ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD).
“As tentativas de encobrir o incidente de segurança, promovidas pelo Banco Inter, geraram prejuízos morais e insegurança aos clientes, não clientes, investidores, acionistas, ecossistemas de fintechs e startups brasileiros de dados, bem como na confiabilidade da migração dos serviços de processamento, armazenamento e de computação em nuvem das instituições financeiras”, afirmou Frederico Meinberg, coordenador da comissão e promotor de Justiça.
Procurado, o Banco Inter informou que não vai se pronunciar sobre o caso.