Morre Eliezer Batista, ex-presidente da Vale e pai de Eike
Empresário, responsável por transformar a mineradora em uma das gigantes do setor, tinha 94 anos
O empresário Eliezer Batista, ex-presidente da Vale e pai de Eike Batista, morreu nesta segunda-feira, aos 94 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital Samaritano e a causa da morte foi insuficiência respiratória aguda.
No comando da então Vale do Rio Doce, Eliezer foi responsável por projetos ambiciosos que transformaram a mineradora em uma gigante do setor – e contribuíram para a modernização da infraestrutura do Brasil. Na política, foi ministro de Minas e Energia no governo de João Goulart (função que acumulou com a de presidente da mineradora) e secretário de Assuntos Estratégicos na gestão de Fernando Collor de Mello.
Funcionário de carreira na Vale, Eliezer assumiu o comando da companhia em 1961, nomeado por Jânio Quadros. Com a deposição de Goulart com o golpe militar em 1964, foi afastado dos cargos de ministro e presidente da mineradora. Após alguns anos, porém, voltou ao comando da Vale por decisão do então presidente João Figueiredo.
Projetos
Foi por insistência de Eliezer que a Vale buscou, ainda nos anos 1960, o Japão como seu grande parceiro comercial. Na época, o país asiático precisava de uma fonte de matéria-prima alternativa à Austrália para suprir sua indústria siderúrgica. A empreitada deu certo e transformou a mineradora em uma gigante nacional.
Para suprir a nova demande, ele idealizou o porto de Tubarão, no Espírito Santo, capaz de receber navios de até 150 mil toneladas – numa época em que a frota mundial não passava de 60 mil toneladas. Com isso, a Vale dobrou o volume de exportações.
A parceria com os japoneses voltou a funcionar na década de 80, quando Eliezes os convenceu a investir em Carajás — então um lugar perdido no meio da Floresta Amazônica —, que se tornaria o principal polo produtor de minério de ferro do Brasil.
Família
Eliezer era viúvo de Jutta Fuhrken, com quem teve sete filhos, entre eles Eike. Casou-se pela segunda vez com a dentista, professora e ex-reitora da Universidade Federal de Pelotas (RS) Inguelore Scheunemann. O sucesso empresarial das empresas X – antes da derrocada de Eike na Lava Jato – rendeu a anedota de que Eliezer teria deixado para o filho um mapa indicando riquezas a serem exploradas no subsolo brasileiro. O boato sempre foi negado por ambos e nunca foi provado.
Reação
No Twitter, o presidente Michel Temer lamentou a morte do empresário. “Eliezer Batista foi um dos responsáveis pelo sucesso da Vale no mundo. Muito trabalhou pelo nosso país e sempre acreditou no Brasil”, escreveu.
(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)