Analistas de mercado consultados pelo Banco Central voltaram a elevar a projeção para a inflação e para a taxa básica de juros da economia, a Selic, para este ano. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 3, pelo BC, o IPCA deve encerrar o ano em 3,88%, acima dos 3,86% projetados na semana passada e 3,72% há um mês. Já a taxa básica de juros, segundo os analistas, encerrará 2024 em 10,25%. Na semana passada, a projeção era de 10% e há um mês, de 9,63%.
Essa foi a quarta semana consecutiva que os analistas puxaram para cima as projeções da inflação. O IPCA está acima do limite da meta, de 3%, mas dentro da margem de tolerância, que vai até 4,5%. A prévia da inflação de maio marcou 0,44%, ligeiramente abaixo da estimativa dos analistas e com uma composição positiva. Porém, a pressão no preço dos alimentos e a piora fiscal — que mexe com as expectativas — faz com que as projeções subam. Para 2025, também houve revisão para cima: de 3,75% para 3,77%. A meta do próximo ano também é 3%.
Uma das consequências disso é a aposta em uma taxa Selic terminal para o ano mais alta do que a projetada anteriormente. Os analistas acreditam que o BC faça mais um corte residual de 0,25 ponto nos juros e encerre o ciclo. Na reunião passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) diminuiu o ritmo de corte, de 0,5 para 0,25 ponto. O próximo encontro do colegiado acontece entre os dias 17 e 18 de junho. Os analistas também subiram a projeção dos juros para o próximo ano: de 9% para 9,18%.
No Focus desta semana, os analistas mantiveram as projeções de crescimento da economia em 2,05 e para o dólar em 5,05 reais em 2024 e para 2025 em 2% e 5,05 reais, respectivamente.