Mercado vê crescimento do PIB próximo dos 4% e inflação acima do teto
Segundo Boletim Focus, economia brasileira deve crescer 3,96% neste ano e inflação encerra 2021 a 5,31%, acima dos 5,25% da margem de tolerância
O reaquecimento da economia brasileira sinalizado por indicadores de atividades tem feito que as previsões de crescimento da economia para este ano sejam periodicamente revistos. Analistas ouvidos pelo Banco Central indicam que o PIB do país deve encerrar o ano em 3,96%, segundo o Boletim Focus desta segunda-feira, 31. Caso confirmado, este será o maior crescimento da economia desde 2011, quando o PIB cresceu 4%. Além do PIB, os economistas consultados pelo BC também revisaram a inflação para cima, chegando a 5,31%, acima do teto da meta, de 5,25%.
Sobre o crescimento da economia, esta é a sexta semana consecutiva de revisões para cima, sendo a maior previsão de PIB feita pelos analistas do Boletim Focus neste ano. O desempenho da economia nos primeiros meses do ano, melhor que o esperado com a aceleração dos casos de Covid-19 que tanto impactaram a economia no ano passado, mostram a recuperação e puxam o otimismo.
As revisões para cima se acentuaram com o resultado do IBC-Br, prévia do PIB, que indica desempenho positivo no primeiro trimestre, com impacto positivo do setor de serviços. O resultado do PIB do primeiro trimestre será divulgado nesta terça-feira, 1º, pelo IBGE.
Preços altos
Além do crescimento da economia, os analistas consultados pelo Banco Central voltaram a rever para cima a inflação do ano. Na oitava revisão seguida, os analistas projetam o IPCA, índice oficial de inflação do país, em 5,31%, acima dos 5,24% de semana passada e também do limite do teto da meta, definido em 5,25%.
A projeção está bem acima do centro da meta, de 3,75%, e encostada na margem de tolerância, de 1,5 ponto porcentual para cima. No caso das previsões obtidas no últimos cinco dias úteis, a estimativa é que o IPCA pode chegar a 5,49%, acima do teto da meta.
A inflação serve como um termômetro da economia e diversas variantes a afetam. Em abril, com a estabilização maior no preço dos combustíveis e até algumas quedas dos preços nas refinarias definidas pela Petrobras, a pressão inflacionária foi menor, mas ainda é relevante. O IPCA subiu 0,31%, abaixo dos 0,93% de março, mas trouxe alta maior nos preços dos alimentos, os “vilões” da inflação de 2020. A inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 6,76%. Em maio, é estimada uma nova pressão, vinda de preços administrados de habitação, com alta já anunciada de 40% do gás encanado e bandeira tarifária vermelha para a energia no mês.