Analistas do mercado financeiro voltaram a ajustar para cima as projeções para o crescimento da economia em 2024. De acordo com os dados do Boletim Focus, divulgado nesta terça-feira, 27, o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano deve avançar 1,7%, acima dos 1,75% da semana anterior e dos 1,60% de um mês atrás. Foi a terceira revisão consecutiva do mercado sobre o desempenho da economia desse ano.
A aposta dos investidores, no entanto, continua mais tímida que a visão do governo para 2024, que é de um PIB com avanço de 2,2%. Ambas as projeções representam uma desaceleração em relação ao ano passado, em que a economia brasileira fechou em 2,9%. Com a projeção menor de safra do agronegócio e uma desaceleração vista no segundo semestre do ano passado, a projeção para 2024 é mais tímida. No entanto, o mercado de trabalho aquecido e a força do consumo das famílias tem motivado as revisões para o crescimento da economia.
O relatório Focus da semana também traz revisão quanto aos dados de inflação. Os analistas estimam que o IPCA feche o ano em 3,76%, ligeiramente abaixo dos 3,80% do relatório passado. A meta oficial estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para a inflação nos anos de 2024, 2025 e 2026 é de 3%. Há, no entanto, uma banda de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, o que significa que a inflação pode oscilar entre 1,5% e 4,5% e ainda estar dentro das diretrizes estabelecidas.
Essa margem de manobra permite uma certa flexibilidade para a política monetária, permitindo que o Banco Central tome medidas adequadas para manter a estabilidade econômica. No Focus, os analistas continuaram a apostar em uma taxa Selic de 9% ao final deste ano, sinalizando a manutenção do cenário — de mais ajustes na taxa de juros ao longo de 2024. A Selic hoje está em 11,25% ao ano.