Os economistas do mercado financeiro diminuíram pela oitava semana seguida a projeção de crescimento da economia brasileira e aumentaram as expectativas de inflação. É o que mostra Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 25, pelo Banco Central.
Os economistas do mercado financeiros começaram a rever suas projeções devido ao impacto da greve dos caminhoneiros, que provocou o desabastecimento em todo o país e, consequentemente, teve reflexo direto nos preços de alguns produtos, como combustíveis e alimentos. Fora isso, o cenário de incertezas políticas também contribui para o cenário de retração da economia.
As perspectivas para o Produto Interno Bruto (PIB) apontam para aumento de 1,55% neste ano, ante 1,76% previstos na semana passada. Há quatro semanas, as projeções eram de crescimento de 2,37%. Para 2019, a estimativa também foi reduzida de 2,70% para 2,60%.
A previsão de inflação para este ano subiu de 3,88% para 4%. Há quatro semanas, o mercado previa um IPCA (índice que mede a variação de preços e a inflação oficial no Brasil) de 3,60%. Para 2019, a estimativa foi mantida em 4,10%.
A projeção dos economistas para a inflação em 2018 está próxima do piso da meta deste ano, cujo centro é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 3% a 6%). Para 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (de 2,75% a 5,75%).
Conforme o BC, os preços administrados foram elevados a 6,30% neste ano. Antes estavam em 6,16%. Os economistas também ampliaram a previsão para o dólar de 3,63 reais no fim de 2018 para 3,65 reais. E para 2019 foi mantido em 3,60 reais. Vale destacar que na semana passada o Banco Central realizou intervenções extras no mercado e conseguiu segurar a cotação da moeda americana, que vinha em trajetória de alta. As ações da autarquia monetária devem continuar nesta semana.
Para os economistas, a Selic deve ficar em 6,5% neste ano. Para 2019, a expectativa foi mantida em 8%.