O mercado financeiro operou próximo à estabilidade nesta segunda-feira, 22, à espera da votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos deputados e da reunião do grupo de representantes dos caminhoneiros com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que ameaçam uma nova greve.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, ficou praticamente estável, com variação positiva de 0,01%, aos 94.588,06 pontos. Já o dólar subiu 0,07%, cotado aos 3,93 reais em seu valor de venda.
Está marcada para esta terça-feira, 23, a votação sobre a admissibilidade da proposta de reforma da Previdência. A reação do mercado será mais expressiva após a reunião dos caminhoneiros e a votação na CCJ, de acordo com Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
Os destaques positivos no Ibovespa nesta segunda-feira foram as empresas de consumo. Segundo Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos, elas vinham caindo nas últimas semanas e “atingiram um valor atraente para o investidor, que voltaram a comprar”. As ações do Pão de Açúcar subiram 2,38%, as da Ambev se valorizaram em 2,46% e os papéis da CVC tiveram alta de 2,64%.
O que impediu uma alta mais significativa do índice foi a queda nas ações da Vale, a mineradora de ferro representa mais de 10% das ações do Ibovespa. A notícia de que o relator da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga a tragédia de Brumadinho pode recomendar, em seu relatório final, que os royalties do minério de ferro passem de 3,5% para 10% fez as ações da companhia recuarem 2,43%.
Os cenários político e econômico brasileiros estão ditando a valorização do dólar, segundo Galhardo. “O problema é que não mudou nada. O mercado não tem notícias que pudessem alavancar ou mudar o posicionamento”, diz Galhardo.