Divulgada na manhã desta sexta-feira, 27, pelo IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) mostrou que o mercado de trabalho brasileiro seguiu pujante no trimestre encerrado em agosto.
A taxa de desemprego ficou em 6,6% no trimestre encerrado em agosto, uma queda de 1,2 ponto percentual (p.p.) em relação ao mesmo período de 2023 e de 0,2 p.p. ante o trimestre encerrado em julho. O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado e representa o menor nível para o mês agosto desde o início da série histórica, iniciada em 2012. “Os dados divulgados hoje seguem indicando um mercado de trabalho apertado”, descreve Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.
Com crescimento da população ocupada sendo acompanhado por queda nas taxas de subutilização, população subocupada e desalentada, a percepção é de que o mercado de trabalho se fortalece em várias frentes. “Os dados continuam mostrando uma melhora generalizada do mercado de trabalho”, diz Rafael Perez, economista da Suno Research.
O economista destaca as máximas recordes de empregados no setor privado (52,9 milhões de pessoas) e de empregos com carteira de trabalho (38,6 milhões de pessoas). “Esse ponto tem contribuído para um aumento das receitas previdenciárias, favorecendo uma expansão da arrecadação”, aponta Perez.
Outro destaque são os salários, que crescem tanto em termos de rendimento médio (alta anual de 5%) quanto na soma total dos salários pagos na economia (massa salarial, com alta de 8,8%). Esses aumentos indicam que as famílias têm mais dinheiro disponível, o que estimula o consumo.
A métrica do “consumo das famílias” tem sido um fator de atenção para a condução de política monetária do BC. “Se por um lado o mercado de trabalho aquecido aumenta o número de pessoas ocupadas e puxa para cima a massa salarial, por outro, acaba pressionando os preços de serviços, tornando mais desafiador o controle da inflação”, diz Claudia Moreno, economista do C6 Bank.