O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira que, se a proposta de reforma da Previdência não for votada em 2017, o governo insistirá em defender a apreciação do projeto em 2018. Meirelles afirmou, entretanto, que o governo acredita ser possível a aprovação da medida ainda neste ano.
“Se a reforma da Previdência não for votada neste ano, tentaremos no próximo. E se a reforma não for aprovada em 2018, devido ao período eleitoral, ela será o primeiro desafio do governo eleito para 2019. Por isso seria importante fazermos a reforma logo, porque ela é necessária para o país”, afirmou, após entrevista de rádio na Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Questionado sobre a possibilidade de aprovação de uma reforma constitucional após o resultado da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, Meirelles desvinculou as votações. “A denúncia contra o presidente era uma coisa e a Previdência é outra completamente diferente. O parlamentar que votou de um jeito agora pode votar de outro”, afirmou.
Meirelles defendeu o texto aprovado na comissão especial da reforma e está no plenário da Câmara dos Deputados. “O texto já foi enxugado e é o que defendemos”, enfatizou.
O ministro ainda repetiu que as despesas discricionárias – aquelas que o governo pode cortar – estão controladas e já retornaram ao nível de 2010. “Mas para controlarmos os gastos obrigatórios é necessário aprovar mudanças constitucionais, que já foram propostas”, completou.
Orçamento
O ministro afirmou que as medidas que farão parte do Orçamento do próximo ano ainda estão sendo avaliadas e que elas podem ser enviadas ainda nesta segunda-feira ao Congresso, mas lembrou que dependem de avaliação do presidente Michel Temer, que está hospitalizado em São Paulo. “Várias medidas destas estão sendo levadas ao presidente, eu próprio vou a São Paulo hoje, daqui a pouco, e aí durante o correr do dia nós estaremos avançando nisso”, disse.
Fim da crise e emprego
Sobre a atividade econômica, Meirelles disse que a crise econômica no país “já acabou”, e que o governo deve elevar em breve sua perspectiva para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2018, cujo número pode ir dos atuais 2% para acima de 3%.
Em relação a empregos, estimou que a reforma trabalhista possibilitará a criação de 6 milhões de vagas. E avaliou que mais de 1 milhão de vagas já foram criadas desde o começo do ano, embora admita que o número de desempregados continue alto.