Apesar do impacto causado pelo encaminhamento da nova lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedindo a abertura de inquérito no STF envolvendo políticos, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que mantém a expectativa de que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 287), da reforma da Previdência, seja aprovada pela Câmara dos Deputados ainda em abril.
“Acredito que lista de Janot não irá prejudicar a votação da reforma. Os três Poderes são independentes e estão funcionando normalmente”, avaliou Meirelles.
Por isso, o ministro disse que continua apostando na previsão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de que a votação da reforma ocorra no mês que vem. “A nossa expectativa é de que a reforma seja votada na Câmara em abril, mas é o Congresso que decide o seu ritmo.”
Hoje, trabalhadores de várias categorias aderiram à greve geral convocada por centrais sindicais e movimentos sociais contra as reformas da Previdência e trabalhista. A greve afetou o serviço de transportes, impedindo que muitas pessoas chegassem a seus locais de trabalho.
A proposta enviada pelo governo ao Congresso Nacional prevê que somente homens com mais de 50 anos e mulheres com mais de 45 poderão entrar num regime de transição, pelo qual terão que pagar um pedágio de 50% sobre o tempo faltante para a aposentadoria. Todos os demais estarão sujeitos às novas regras, podendo se aposentar a partir de 65 anos, com contribuição mínima de 25 anos.
Meirelles evitou ontem à noite responder a perguntas relacionadas às manifestações contra a reforma. Ele limitou-se a responder que a PEC é uma proposta “equilibrada e enfrenta o problema de todos”. “Independentemente da idade para a aposentadoria, o importante é que os benefícios serão pagos e o Estado será capaz de honrar seus compromissos”, avaliou.
Questionado sobre as as emendas já apresentadas ao texto original enviado pelo governo, o ministro disse que isso não deve prejudicar a aprovação da PEC. “Os deputados apresentaram as emendas que julgaram adequadas e agora compete à Câmara discuti-las”, completou.
(Com Estadão Conteúdo)