Mais de seis brasileiros em cada dez apelaram para o bico a fim de complementar a renda no primeiro semestre deste ano. Estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que o número de pessoas que recorreram a alguma forma de trabalho extra subiu de 57%, no mesmo período do ano anterior, para 64% em 2018. Entre as classes C, D e E, a proporção salta para 70%.
O levantamento mostra também que, no primeiro semestre deste ano, 83% dos consumidores fizeram cortes para driblar a crise, como refeições fora de casa, lazer, compra de roupas, calçados e acessórios e também de itens supérfluos em supermercados, como carnes nobres, congelados, iogurtes e bebidas.
Mais da metade dos brasileiros (51%) acredita que as condições gerais da economia pioraram ao longo deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
“A recuperação da economia ainda é bastante lenta e surte pouco efeito prático na realidade dos brasileiros. O momento mais crítico da crise ficou para trás, mas isso não significa que a vida das pessoas tenha melhorado substancialmente. A renda das famílias segue achatada e o consumo melhora a passos lentos, porque o desemprego continua alto e a confiança abalada”, explica Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.